Manifestação de extrema direita em Paris causa polêmica na França
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Manifestação de extrema direita em Paris causa polêmica na França

Centenas de pessoas do Comitê 9 de Maio, um grupo de ultradireita francês, se manifestaram nas ruas de Paris neste sábado (11) para celebrar o 30º aniversário da morte de um jovem nacionalista, na década de 1990, durante uma reunião proibida. 

Membros do grupo de extrema direita "Comité du 9 Mai" participam de uma manifestação para comemorar o 30º aniversário da morte de Sebastien Deyzieu do grupo ultranacionalista "Oeuvre Française", durante uma manifestação em Paris , em 11 de maio de 2024.
Membros do grupo de extrema direita "Comité du 9 Mai" participam de uma manifestação para comemorar o 30º aniversário da morte de Sebastien Deyzieu do grupo ultranacionalista "Oeuvre Française", durante uma manifestação em Paris , em 11 de maio de 2024. © Miguel Medina / AFP
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Detrás de uma faixa “Sébastien presente”, em homenagem a Sébastien Deyzieu, morto durante uma manifestação, e no meio de bandeiras com a cruz celta, símbolo da ultradireita, os ativistas (500 segundo uma fonte policial) marcharam pelas ruas de Paris

Após o desfile, eles se reuniram em frente ao edifício, na rua des Chartreux, no sexto distrito, onde Deyzieu sofreu uma queda fatal acidental, em 7 de maio de 1994, quando tentava fugir da polícia.

Monitorado por um grande número de policiais, o desfile ocorreu sem incidentes.

A poucas centenas de metros do ponto de partida da manifestação, ativistas antifascistas montaram quiosques e distribuíram bebidas para denunciar o protesto.

“Hoje há neonazistas se manifestando novamente ano após ano nas ruas da capital”, lamentou à AFP o porta-voz da organização Jovem Guarda Antifascista, Raphaël Arnault. “Estamos aqui para mostrar as nossas posições como uma alternativa às suas ideias", completou. 

Demonstração de força

“O objetivo é demonstrar força. Isto quer dizer que são grupos simultaneamente políticos e violentos, que cometem regularmente ataques, por vezes muito graves. É um movimento muito radical e muito violento que, uma vez por ano, se reúne para mostrar que consegue resistir”, explica à RFI Mathieu Molard, editor-chefe da mídia StreetPress, especializada na extrema direita.

Em 2023, o desfile do Comitê 9 de Maio, que não foi proibido, já havia gerado polêmica. Cerca de 600 ativistas de extrema direita, a maioria vestidos de preto e com capuzes, marcharam pelas ruas de Paris, exibindo bandeiras com cruzes celtas e gritando "Revolução juvenil europeia", o slogan do sindicato estudantil de extrema direita GUD (Grupo de defesa da União). 

Em reação à controvérsia, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, pediu que fossem proibidas todas as manifestações e reuniões de ultradireita.

"Em certos casos, as dissoluções podem ser úteis, mas só porque se dissolve uma organização política, não significa que seus ativistas desapareçam", reforça Molard. 

"Temos a impressão que o poder político reage pouco ou muito lentamente e levou muito tempo para considerar que existia um verdadeiro problema. As violências repetidas são consideradas muitas vezes como brigas entre militantes, porque normalmente eles atacam militantes de esquerda. Enquanto, na verdade, a violência poder ir muito além", lamenta ele. 

O Tribunal Administrativo suspendeu várias vezes, em nome da liberdade de manifestação, as ordens de proibição emitidas pelo Secretário de Segurança Pública de Paris, Laurent Nuñez.

(RFI e AFP)

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