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Conheça 15 bandas importantes para o Punk Rock Nacional

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A cena punk no Brasil começou como um movimento de combate. A realidade histórica da época era a da ditadura militar. A opressão e o autoritarismo do regime bateu de frente com os ideais de liberdade e antiautoritarismo do mundo punk.

 

A cultura se espalhou pelas ruas, a cena musical cresceu através de shows organizados pelas próprias bandas, sem envolvimento de gravadoras e emissoras de rádios convencionais, uma vez que o mercado musical não tinha interesse nessa nova forma transgressora de música e a censura ainda assombrava a mídia brasileira. Os festivais de música punk serviram para espalhar os ideais e os fundamentos da cultura e para estabelecer uma nova identidade a juventude deslocada que surgia dentro de um contexto social opressor e desigual.

Neste artigo separamos uma lista com 15 importantes bandas que ajudaram no surgimento e crescimento do movimento punk no Brasil.

 

 

1 – Inocentes

Inocentes é uma das primeiras e mais importantes bandas de punk rock brasileiras, formada em 1981 por ex-integrantes de duas bandas da periferia de São Paulo, o Restos de Nada e o Condutores de Cadáver.

O Inocentes foi formado em agosto de 1981, por três ex-membros do Condutores de Cadáver, o guitarrista Antônio Carlos Callegari, o baterista Marcelino Gonzales e o baixista Clemente, este, o mais experiente, pois já havia tocado no Restos de Nada, primeira banda punk paulistana. Os três chamaram o novato Maurício para assumir os vocais.

O nome Inocentes teria sido inspirado em uma música dos primórdios do punk inglês, de John Cooper Clarke, “Innocents”, que fez parte da coletânea Streets do selo Beggar’s Banquet. Suas influências foram bandas como Buzzcocks, The Vibrators, Generation X, New York Dolls, The Saints e Ramones.

 

 

2 – Cólera

Cólera é uma banda brasileira de punk rock formada em 1979, sendo uma das pioneiras do movimento punk do país. Seus primeiros registros de ensaios são datados de 1979. Formado por Redson (vocal e guitarra), Pierre (bateria) e Val (baixo), a banda lançou seu álbum de estreia, “Tente Mudar o Amanhã”, em 1985.

 

3 – Gritando HC

O som do Gritando HC resgata o peso e a energia do punk nacional do anos 1980, aliado a vitalidade do Hard Core americano, com letras que vão da apologia ao movimento punk, revolta social, aspectos romanticos e tudo mais que merece um grito de protesto. Gritando HC foi formado oficialmente em 1995, mas desde 1992 já estavam criando os primeiros acordes nas garagens dos amigos, como já é de fato uma tradição das bandas vinculadas ao mundo do Rock, com o inspirador principal Donald junto com a Lê e algum tempo depois o Ritchie, baixista da banda. Sempre em busca de seus ideais e lutando contra as dificuldades habituais de uma banda independente, mas nunca deixando essas dificuldades abater, muito contrário disso, as dificuldades sempre foram vistas como superação e cada vez mais o Gritando HC se fortificava e com muita personalidade foram marcando e registrando a sua história no underground paulistano, o resultado da dedicação do Gritando HC foram as quase 1000 demo-tapes vendidas

 

 

Em cada rua que você passar
Em cada beco que você vai olhar
Lá estará o sinal da nossa ideologia
Nos muros cinzentos: “A” de Anarquia!

Punx não morreram
Pichar toda cidade
Punx não morreram
Pichar todo lugar

Coturno, Moicano, sempre a protestar
Atitude é Anarquizar
Todos dizem que nosso tempo já passou
Movimento não morreu, Punk não acabou!

 

4 – Lixomania

Lixomania é uma banda de punk rock brasileira, formada em 1979, em São Paulo. Em 1980, com alguns ensaios e apenas três músicas no repertório, o Lixomania fez a sua primeira apresentação num encontro inédito de bandas punks, realizado a portas fechadas em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. Neste mesmo dia apresentaram-se Inocentes, Mack, Anarkólatras, Colera e Olho Seco. No decorrer de 1980 e 1981, o Lixomania realizou diversos shows pela periferia de São Paulo e rapidamente ganhou prestígio entre os punks paulistanos.

 

 

5 – Condutores de Cadáver

Condutores de Cadáver foi uma das primeiras bandas de punk rock brasileiras formada em 1979, em São Paulo. Formada no distrito do Tremembé por Callegari na guitarra, Índio no vocal, Hélio no baixo e Nelsinho “Teco Teco” na bateria, o Condutores de Cadáver nasceu de outra banda chamada N.A.I. (Nós Acorrentados no Inferno) que durou apenas um show, no qual tocou o Restos de Nada e o AI-5. Após esse show, no final de 1979, entra o baixista Clemente do Restos de Nada no lugar de Hélio, e sugere que o N.A.I. mude o nome para Condutores de Cadáver. Hélio se juntaria ao Redson para formar o Cólera, outra banda célebre do cenário punk brasileiro, vista anteriormente aqui neste artigo.

 

 

6 – Olho Seco

Olho Seco é uma banda brasileira de punk rock, formada nos anos 1980, em São Paulo. É reconhecida com uma das grandes bandas do gênero no país.

Fábio Sampaio começa a se relacionar com o punk durante os anos 70, e em junho de 1979 abre a loja Punk Rock Discos, que acaba por se tornar um ponto de encontro em S. Paulo para os admiradores do estilo musical.

No ano seguinte, em um ensaio do Cólera no bairro da Casa Verde, em São Paulo, Fábio Sampaio pediu para o baterista da banda Osso Oco, chamado Sartana, que também ensaiava no local e era admirado por Fábio pelo seu modo de tocar, para que fazesse uma levada de bateria para que Fábio cantasse uma letra de sua autoria. Para a formação original, Fábio juntou integrantes dessas suas bandas da banda foi Val (baixo), Fábio Sampaio (vocal), Redson (guitarra) e Sartana (bateria)

 

7 – Replicantes

 

Os Replicantes é uma banda brasileira de punk rock, formada na cidade de Porto Alegre em 1983. O nome da banda Os Replicantes é uma referência aos androides do filme Blade Runner (1982) de Ridley Scott, no qual os replicantes do filme eram muito parecidos com os seres humanos, porém mais fortes e ágeis.

 

 

 

8 – Calibre 12

O Calibre 12, composto por Aleks Navau nos vocais, Fernanda Czarnobai no baixo, Oscar Gordura na bateria e o guitarrista Cláudio Falcon, está na estrada desde 1991. Influenciados principalmente por bandas como Exploited, Misfits, entre outras da mesma linha, o Calibre já está no seu terceiro álbum próprio. Os anteriores são “Resistiremos até o fim” e “Víctimas da Podridão”, este ultimo relançado em 2005 com faixa multimídia com o clipe “Víctimas da Podridão”, de 1996, e mais seis faixas bônus. O Calibre 12 é uma banda de harcore punk da cidade de São Paulo – Brasil.

 

 

9 – Ratos de Porão

Ratos de Porão é uma banda brasileira de punk rock formada em novembro de 1981, durante a explosão do movimento punk paulista. Com mais de 40 anos de carreira, são referência brasileira do gênero e reconhecidos internacionalmente, em particular, na Europa, América Latina e América do Norte.

 

Quando eles resolverem nos cobrar
Nosso território teremos que doar
Nossa dívida externa não há jeito de pagar, não!
O dólar aumenta e nossa dívida também
O dólar aumenta e nossa dívida também
E não há jeito de pagar
Não adianta desculpar
O F.M.I. não está nem aí
O F.M.I. não está nem aí
O dólar aumenta e nossa dívida também
O dólar aumenta e nossa dívida também
E não há jeito de pagar
Não adianta desculpar
O F.M.I. não está nem aí
O F.M.I. não está nem aí
F.M.I.
F.M.I.
F.M.I.
F.M.I.
Estamos todos vendidos

10 – AI-5

AI-5 foi uma das primeiras bandas de punk rock brasileiras, tendo sido formada em São Paulo em 1978.

Tendo como principal integrante o baixista e letrista Sid (Walson), que já havia arrastado o vocalista Ratto de sua antiga ex-banda punk, Kaus, criada no final de 77, o AI-5 era o punk rock em seu estado musical cru, com a união de Syd e Ratto e com anúncios colocados na loja Wop-Bop, se juntaram ao guitarrista Fausto e o baterista Luiz, com um som mais estético e debochado, pois além de estarem na última moda europeia em termos de visual punk, sua música estava inserida na nova proposta musical, que era muito diferente das bandas punks brasileiras da época. Isso ocorreu pelo fato de Sid trabalhar na Wop Bop Discos, a primeira loja brasileira a importar disco de bandas punks europeias, o que fazia com que ele estivesse em sintonia com a música punk feita por lá.

O nome AI-5 remetia ao famigerado Ato Institucional Nº 5, criado pela ditadura militar e que consistia principalmente de uma medida para calar os detratores do sistema vigente. Esse nome era pesado demais para a situação do país na época, e mesmo sendo uma banda com propostas políticas de todas as espécie, só pelo fato de estarem usando esse nome poderiam sofrer, a qualquer momento, alguma represália do governo militar, e por nunca abandonarem esse nome já os obrigava os membros da banda a ocultar seu nome de banda em cartazes e shows que fariam pela periferia de São Paulo.

 

11 – Restos de Nada

Restos de Nada foi a primeira banda de punk rock do Brasil, formada em 1978 na cidade de São Paulo. As origens da banda remontam o pré-punk brasileiro, mais precisamente na Turma da Carolina (turma roqueira da Vila Carolina, distrito do Limão), local onde o movimento punk brasileiro fez seus primeiros acordes. Criada durante a efervescência política da época, buscava no existencialismo uma razão de espantar seus fantasmas e transformar seus medos em atitudes contra o status quo imposto pelo regime militar que caçava impiedosamente seus inimigos.

 

12 – Camisa de Vênus

Camisa de Vênus é uma banda brasileira de rock formada em Salvador em 1980 e encontra-se em atividade até hoje. Fez grande sucesso no cenário brasileiro dos anos 80, sendo uma banda tida como mais “suja” do que as outras pelo seu nome (na época era muito utilizado como sinônimo de preservativo) e pelos palavrões nas letras. Suas principais músicas são “Bete Morreu” e um cover de “Negue”, do primeiro disco; “Eu Não Matei Joana D’Arc”, “Hoje” e um cover de “Gotham City”, do segundo álbum; “Sivia” e um cover de “My Way”, do primeiro álbum ao vivo; “Simca Chambord”, “Deus me Dê Grana” e “Só o Fim”, do terceiro disco.

 

 

13 – Ulster

Ulster é uma das primeiras bandas de hardcore punk brasileiras, formada em 1979 em São Bernardo do Campo.

 

A banda se formou em 1979 com o nome M-19 (esse nome foi usado algum tempo depois por outra banda que participou do festival O Começo do Fim do Mundo), e começam a ensaiar em um galpão industrial de São Bernardo do Campo, com Betão na bateria, Vladi no baixo, Luís na guitarra e Mauro no vocal. O som era rápido e barulhento, cheio de garra e energia, com influência de bandas como Discharge e Disorder.

 

Trocam o nome para Ulster inspirados nos terroristas do IRA (Exército Republicano Irlândes), que tratavam batalhas nas ruas de Ulster, na Irlanda. Em função disso, a maioria das letras tratavam de atos terroristas ocorridos na época, como as músicas “M-19”“Bandeiras Vermelhas” e “Morte aos Velhos”.

 

 

 

14 – Tequila Baby

Tequila Baby foi uma banda gaúcha de punk rock formada em 1994 na cidade de Porto Alegre, tendo em sua última formação, Duda Calvin (vocal), James Andrew (guitarra), Rodrigo Gaspareto (baixo) e Rafael Heck (bateria).

 

Em 1996, é lançado o primeiro álbum do grupo, o homônimo Tequila Baby, pelo selo Antídoto, braço roqueiro da gravadora ACIT, com a distribuição da PolyGram. Bastante inspirado nos três primeiros álbuns dos Ramones, é um álbum simples e com letras irreverentes, como a de “Sexo, Algemas e Cinta-Liga”. Seu lançamento foi seguido de uma grande turnê pelo interior do Rio Grande do Sul, provocando uma renovação nos conceitos do rock gaúcho, que se encontrava bastante estagnado, isso deve-se também às memoráveis performances ao vivo da banda.

 

 

15 – Blind Pigs

Blind Pigs (de 2006 a 2008 conhecida como Porcos Cegos) foi uma banda de punk rock formada em 1993, em Alphaville, bairro da cidade de Barueri, SP com influências de bandas como Forgotten Rebels, Asta Kask e Stiff Little Fingers. A banda lançou 4 álbuns (incluindo um ao vivo) e um EP entre 1997 e 2004, ainda sob o nome de Blind Pigs, todos produzidos independentemente pela gravadora DIY própria, Sweet Fury Records. Em 2005 foi anunciado no site oficial e em webzines que fariam uma pausa indeterminada, segundo os próprios, por motivos pessoais. No início de 2006 a banda retornou em uma nova postura lançando o disco Heróis ou Rebeldes, com o nome traduzido e músicas somente em português. A banda acabou em 2008, mas voltou a ativa em 2011 com o nome original, para lançar um novo single que foi uma prévia do disco “Demos”, uma coletânea com raridades lançada no ano seguinte. Em 2013 voltam a ativa novamente em comemoração do aniversário de 20 anos da banda, anunciando um novo disco de inéditas e uma nova tour.

 

 

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