A Fisga: Catarina, uma rainha Médici e a França em Guerras de Religião

domingo, 12 de maio de 2024

Catarina, uma rainha Médici e a França em Guerras de Religião



Sim, Catarina de Médici 1519-1589] foi uma figura importante na história da França. Ela foi rainha consorte da França de 1547 a 1559, como esposa do rei Henrique II, e depois rainha-mãe de 1559 a 1589, durante os reinados de seus três filhos: Francisco II, Carlos IX e Henrique III. Nesse tempo reinava em Portugal D. João III desde 1521 e reinaria até 1557. E desde 1554 que Filipe II estava à frente do Reino de Espanha.

Catarina desempenhou um papel significativo na política francesa durante um período de tumultos, incluindo as Guerras de Religião entre católicos e protestantes. Ela também foi uma patrona das artes e da cultura renascentista. Os irmãos Guise, liderados por Henrique I, Duque de Guise, e seu irmão Carlos, Cardeal de Guise, eram figuras proeminentes na facção católica durante as Guerras de Religião na França. Eles estavam fortemente comprometidos em defender o catolicismo e suprimir o protestantismo, representado pelos huguenotes. Os Guise lideraram várias campanhas militares contra os huguenotes e estavam envolvidos em várias intrigas políticas para garantir a hegemonia católica na França. Suas ações desempenharam um papel significativo no agravamento das tensões religiosas e políticas durante esse período conturbado da história francesa.



Quarto de Catarina no Château de Chenonceau

Uma das propriedades mais cobiçadas por Catarina de Médici era o belíssimo Château de Chenonceau, que Henrique II havia dado para Diana de Poitiers, na região do rio Loire, ao sul de Chambord. Propriedade da Coroa e utilizado como residência real, Chenonceau é um lugar excepcional, não só por causa do seu design deslumbrante (abrangendo o rio Cher) como também pela riqueza de suas decorações. Ao longo de sua história, foi uma residência edificada, administrada e protegida por algumas das mulheres mais importantes da França. Conhecido também como o Château des Dames, sua aparência atual data de 1513, graças a Katherine Briçonnet. Foi sucessivamente embelezado por Diana de Poitiers e depois por Catarina de Médici. O edifício permaneceu protegido dos tumultos da Revolução Francesa por Madame Dupin e hoje é um importante ponto turístico. O visitante pode conhecer o quarto da rainha Catarina, contendo uma cama de madeira com dossel que teria sido utilizada pela própria soberana nas muitas ocasiões em que esteve no Château.




Château de Chenonceau

Nostradamus, o famoso astrólogo e médico renascentista, teve um encontro com Catarina de Médici. Nostradamus era conhecido por suas habilidades proféticas e foi consultado por muitas figuras proeminentes da sua época, incluindo Catarina de Médici. Embora não haja muitos detalhes precisos sobre o encontro entre os dois, é sabido que Catarina era uma patrona das artes e das ciências, e é plausível que tenha consultado Nostradamus em busca de orientação sobre assuntos políticos ou pessoais.

Henrique II da França não era conhecido por expressar publicamente um desejo de "exterminar" os protestantes. No entanto, durante o seu reinado, houve tensões religiosas significativas entre católicos e protestantes na França, culminando eventualmente nas Guerras de Religião. Estas guerras envolveram conflitos violentos entre as duas facções religiosas, mas é importante notar que os líderes políticos muitas vezes buscavam objetivos políticos e territoriais, além de motivos religiosos.

Francisco II reinou como rei da França de 1559 a 1560, casado com Maria, Rainha dos Escoceses, também conhecida como Maria Stuart. O casamento entre Francisco e Maria ocorreu em 1558, quando Maria tinha apenas 15 anos. Este casamento tinha como objetivo fortalecer os laços entre a França e a Escócia, bem como reforçar a posição católica na Europa, já que Maria era católica. No entanto, o reinado de Francisco II foi curto, pois ele morreu em 1560, aos 16 anos de idade, deixando Maria viúva.

Na mesma altura, nos Países Baixos, Margarida de Áustria, conhecida como Margarida da Parma, também era uma figura importante nas conhecidas Dezessete Províncias. Ela foi nomeada como governadora dos Países Baixos espanhóis em 1559 pelo seu meio-irmão, nada mais nada menos que o rei Filipe II da Espanha. Margarida enfrentou muitos desafios durante o seu governo, incluindo as tensões religiosas entre católicos e protestantes e a crescente insatisfação dos nobres locais com o governo exercido por Espanha. Ela tentou administrar esses conflitos da melhor maneira possível, mas a situação acabou por se deteriorar ao ponto de levar ao levantamento da Revolta dos Países Baixos contra o domínio espanhol. Na verdade, Margarida de Áustria era filha de Carlos V, Sacro Imperador Romano-Germânico, e de Isabel de Portugal [1503, Lisboa - 1539, Toledo]. O pai era D. Manuel I de Portugal; e a mãe Maria de Aragão e Castela. 

Era também o tempo de Fernando Álvarez de Toledo [1507-1582], também conhecido como o Duque de Alba, general espanhol que desempenhou um papel significativo na supressão de várias rebeliões nos territórios espanhóis, incluindo os Países Baixos. Ele é especialmente conhecido por sua atuação durante a Revolta dos Países Baixos, uma revolta contra o domínio espanhol que ocorreu entre 1568 e 1648. O Duque de Alba liderou as forças espanholas na repressão brutal da revolta, o que lhe rendeu uma reputação temível entre os rebeldes. Sua estratégia incluía medidas rigorosas, como execuções em massa e a criação de um tribunal especial conhecido como o Tribunal dos Tumultos para julgar os envolvidos na rebelião. Embora tenha sido eficaz em esmagar a rebelião em algumas áreas, as suas táticas brutais também alimentaram o ressentimento e fortaleceram a determinação dos rebeldes em outras partes dos Países Baixos.

As posições do Duque de Alba colidiam com as posições de Guilherme de Orange, também conhecido como Guilherme, o Taciturno, líder da revolta contra o domínio espanhol nos Países Baixos. 
O Duque de Alba era o representante do rei espanhol Filipe II e liderava as forças espanholas que tentavam suprimir a revolta, enquanto Guilherme de Orange era um dos líderes rebeldes que buscavam a independência dos Países Baixos do domínio espanhol. Suas interações geralmente envolviam conflitos militares e políticos, que nunca levaram a negociações diretas. Mas houve um momento em que Filipe II da Espanha nomeou Guilherme de Orange como stadtholder (governador) da Holanda e Zelândia em 1572. Essa nomeação ocorreu em parte devido às habilidades políticas e militares de Guilherme e também como uma tentativa de Filipe de conter a rebelião dos Países Baixos, oferecendo uma concessão aos rebeldes. No entanto, essa nomeação não impediu Guilherme de Orange de continuar a liderar a revolta contra o domínio espanhol na região. Ele se tornou uma figura central na luta pela independência dos Países Baixos. Já agora, João de Áustria, irmão de Filipe II da Espanha, foi o comandante da frota da Liga Santa na Batalha de Lepanto, em 1571, onde obteve uma importante vitória sobre a Marinha Otomana.

Filipe II de Espanha casou quatro vezes, sendo Ana de Áustria a sua quarta esposa. O casamento entre Filipe II e Ana de Áustria ocorreu em 1570. Ana era filha do imperador Maximiliano II e irmã do futuro imperador Rodolfo II. O casamento foi político e também estratégico, buscando consolidar alianças entre as poderosas casas reais da época. Ana de Áustria foi uma influência significativa na corte espanhola durante o reinado de Filipe II, exercendo uma considerável influência sobre ele.

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