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Polónia "não aceitará migrantes" ao abrigo de novo pacto da União Europeia

O primeiro-ministro polaco afirmou ainda que vai manter uma linha de "diálogo amigável mas duro" com Bruxelas, em contraste com o que fez o seu antecessor.

Polónia "não aceitará migrantes" ao abrigo de novo pacto da União Europeia
Kacper Pempel

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, afirmou na terça-feira que o país "não aceitará migrantes" ao abrigo do Pacto de Migração e Asilo da União Europeia.

Segundo Tusk, a sua principal missão como governante da Polónia é defender os interesses do país, pelo que fará tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que Varsóvia "beneficia do pacto migratório".

"É essa a minha tarefa, e cumpri-la-ei", asseverou.

"Não pagaremos nada, não teremos de aceitar nenhum migrante de outras procedências, a União Europeia não imporá nenhum migrante. No entanto, a Polónia vai efetivamente exigir o apoio financeiro da UE, porque se tornou um país que acolhe centenas de milhares de migrantes", acrescentou.

Sobre este ponto, Tusk sublinhou que a Polónia aceitou, nos últimos anos, "centenas de milhares de migrantes" provenientes da Ucrânia, afetados pela invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, bem como "dezenas de milhares de migrantes da Bielorrússia", noticiou a agência PAP.

O chefe do executivo polaco argumentou também que o Pacto sobre Migração e Asilo da UE foi negociado enquanto o seu país era governado pelo anterior primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki.

"O ministro que representa o meu Governo votou contra a adoção do pacto migratório. A posição da Polónia é clara desde o princípio", sustentou.

Tusk afirmou ainda que vai manter uma linha de "diálogo amigável mas duro" com Bruxelas, em contraste com o que fez Morawiecki.

"Ao contrário dos nossos antecessores, sem uma guerra com a UE, num diálogo amigável mas duro, vamos conseguir tudo aquilo a que a Polónia tem direito", afirmou.

O plenário do Parlamento Europeu deu, em meados de abril, "luz verde" ao Pacto sobre Migração e Asilo, que reformará a política comum com um controlo mais apertado das fronteiras externas da UE e oferecerá aos Governos "solidariedade 'à la carte'", permitindo-lhes não acolher migrantes deslocados se pagarem uma compensação.

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