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Mudança na base alimentar: vegetais são prioridades!

Em novo livro, a nutricionista e professora da USP Sônia Tucunduva ressalta que frutas, legumes e verduras precisam ser a base alimentar

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 22 Maio 2024, 13h55 - Publicado em 15 Maio 2024, 14h21

A pirâmide alimentar é uma representação gráfica que orienta e distribui os grupos de alimentos presentes em nossa dieta, sendo os da base os que mais tem quer ser consumidos, e os da ponta os que menos.

Tradicionalmente, a base da pirâmide eram os carboidratos (que englobavam cereais, pães, tubérculos e raízes), seguidos de hortaliças e frutas. Mas, em uma atualização da pirâmide proposta pela nutricionista e professora da Universidade de São Paulo Sônia Tucunduva Philippi, os vegetais agora se localizam na base da alimentação.

“A Organização Mundial da Saúde recomenda a ingestão de 400 gramas de vegetais por dia. Então, a única forma de você atingir essa orientação é aumentando e estimulando o maior consumo dos vegetais”, pontua Sonia. “No fim, não é que você vai diminuir a parte dos carboidratos e dos cereais. Você vai comer dentro do recomendado. Mas a ênfase agora, na hora de você fazer o planejamento dos alimentos no prato, é metade com ser de vegetais”, conclui.

Essa e diversas outras atualizações no campo da nutrição estão presentes na 4ª edição do livro Pirâmide dos Alimentos: Fundamentos Básicos da Nutrição (Manole), organizado por Sônia.

“A ciência não para. Essa revisão surgiu a partir do momento em que a sociedade passa a consumir os alimentos de uma forma mais consciente, mais crítica e entram variáveis ecológicas, econômicas, ambientais, sociais e de saúde”, explica a autora.

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A pirâmide alimentar atualizada tem os vegetais em sua base. (Sonia Tucunduva Philippi, editora Manole/Divulgação)

+Leia Também: No labirinto da nutrição

Dentro das novidades desta nova edição, uma que se destaca é a presença das PANCs, as plantas alimentícias não convencionais.

Se você cozinha e já se arriscou com alimentos diferentes, deve conhecer espécies como ora-pro-nóbis, taioba, beldroega, bertalha, dentre outras plantas que estão entrando no circuito de quem procura comer de forma mais saudável. Todas elas são exemplos comuns de PANC — matinhos espontâneos de calçadas que são supernutritivos; partes que se jogam fora de hortaliças tradicionais; vegetais típicos de uma região, só que raros ou ignorados em outros locais… Tudo isso é PANC.

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E se engana quem acha que a única forma mais consumir é tendo horta em casa.

“Não se pode dissociar o estilo de vida de hoje do que a gente recomenda em termos de nutrição. Seria ótimo se todos tivéssemos uma hortinha, mas no nosso modo de viver hoje, é quase impossível para muita gente. Por isso o acesso a esse tipo de alimentos tem que ser por via comercial, e já temos opções”, pontua Tucunduva.

+Leia também: Um cardápio mais PANC: conheça as plantas alimentícias não convencionais

Outro tópico relevante da publicação é focar em uma alimentação que previna as doenças crônicas.

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“A tripla carga de má nutrição, onde coexistem obesidade, desnutrição e fome oculta, também é uma tendência no Brasil e no mundo”, afirma o livro.

E ele é claro: baixo consumo de frutas, verduras e legumes, além de ingestão exagerada de carne vermelha, itens processados, bebidas açucaradas, gordura trans e sódio estão ligado ao aumento de doenças crônicas, além de se relacionar a desfechos negativos como maior perda de anos de vida.

A prevalência das doenças crônicas não transmissíveis não diminuem, só aumentam com o tempo. Na ciência da nutrição e da alimentação, de uma forma geral, existe um grupo de alimentos que fortemente contribuem para melhorar a situação de saúde: frutas, legumes e verduras. Independente de toda a importância dos outros, é preciso centrar esforços para estimular o maior consumo desses alimentos”, complementa Sônia.

+Leia também: Da teoria ao prato: como reverter empecilhos para uma alimentação saudável

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Nesse contexto, a autora afirma que os vegetais não precisa estar só na salada de grandes refeições: devem marcar presença nas lancheiras que as crianças levam a escola, no café da manhã, nas marmitas, sempre.

“Por isso que a gente incluiu no livro, pela primeira vez, capítulos sobre receitas culinárias, que eu acho que é papel nosso enquanto profissional da área da saúde e da educação”, afirma a autora.

“Passar essas informações para os nossos clientes, nas escolas, para as mães, nos centros comunitários, é essencial. No livro, há exemplos de refeições que vão desde café da manhã, almoço e jantar, marmitas, como é que as crianças podem levar o lanche de manhã ou à tarde. São propostas baseadas em alimentação natural e também com tecnologia de preparo, como airfryer e microondas”, completa.

Por fim, a professora alega que ainda são necessárias mais políticas públicas para que os vegetais, que devem ser a base da alimentação, estejam mais presentes no prato dos brasileiros.

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“A reforma tributária, a cesta básica, precisamos de tudo em função dos vegetais. É preciso políticas públicas de acesso aos alimentos via sacolões, feiras livres, distribuição do próprio poder público nos bairros mais afastados, alguma coisa que estimulasse essa dinâmica. Porque hoje os vegetais, de uma forma geral, frutas, legumes e verduras, ainda custam um preço que é inacessível a população”, finaliza.

Pirâmide dos Alimentos: Fundamentos básicos da nutrição

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