'Esperar minha filha me deixa ansiosa': conheça sintomas de ansiedade na gravidez e saiba quando procurar ajuda em RO | Rondônia | G1

Por Emily Costa, g1 RO


entenda sobre a ansiedade gestacional e quando procurar ajuda em RO — Foto: BBC/ASIAVISION/GETTY IMAGES

Para muitas mães, os nove meses da gravidez parecem passar depressa, enquanto para outras é uma "eternidade". A gestação é um 'mix" de sentimento' e todos momento são sentidos com intensidade. Emily Torres está esperando Maria Júlia, seu segundo filho. Dessa vez a gestação está sendo diferente:

"Acho que cada gravidez é única, com sensações distintas. Da primeira vez, o período de espera foi tranquilo. Mas agora, na segunda, tenho sentido um misto de emoções e a ansiedade de esperar minha filha nascer e querer ver ela é o maior desafio. Isso me deixa ansiosa", explica."

De acordo com Tatiane Lima, especialista em psicologia perinatal e obstétrica, a gestação é considerada como um período de grande transição na vida da mulher: físicas e psíquicas. Onde as emoções surgem de forma mais intensa.

🤰Preocupações materna

Para a mãe de segunda viagem, a parte mais difícil de lidar com a ansiedade neste período é controlar os pensamentos de preocupação sobre como será sua vida quando o bebê nascer e o sentimento de não saber como vai ser quando o momento de dar á luz chegar.

Emily conta sobre como lida com a ansiedade na gestação e como está sendo viver essa experiência pela 2° vez — Foto: Emily Torres/Arquivo pessoal

Emily relata que essas sensações, principalmente o medo do parto, são inevitáveis na vida da mulher que aguarda por um filho em seu ventre: "será que tudo ocorrerá bem?", "Vou aguentar a dor?" e "se acontecer alguma complicação?" são alguns dos questionamentos constantes.

"Eu estou na 26ª semana e parece que as preocupações vão aumentando cada vez mais à medida que o tempo passa, sabe? Fico o tempo inteiro me questionando e pensando em como será quando ela [a filha] chegar," relata a gestante.

A gestante relata que a gravidez vai além da beleza de gerar um filho — Foto: Emily Torres/ Arquivo Pessoal

Embora a gravidez, seja geralmente vista como um período feliz, Emily entende que nem sempre é assim. Para ela e outras mães, a gestação também é cansativa e dolorosa. No entantosso não significa que ela não ame seus filhos ou não seja uma boa mãe: a gestante entende que a maternidade vai além da beleza de gerar um filho.

Quais são os sintomas?

A especialista Tatiane Lima explica que no período da gestação existem vários fatores que podem desencadear ou agravar o quadro de ansiedade, entre eles, estão:

  • Medo do "novo" e "desconhecido" seja o parto, o bebê ou a nova configuração familiar, por exemplo;
  • Incertezas sobre os desdobramentos com a chegada do novo membro familiar;
  • Pouco ou nenhum suporte emocional familiar e/ou conjugal;

A psicóloga explica que o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é caracterizado por um comportamento ansioso e com preocupação excessiva, onde o indivíduo perde o controle dos seus pensamentos. Durante a gestação, o transtorno apresenta os mesmos sinais de quadros de ansiedade fora do período gestacional.

Segundo a especialista, é importante diferenciar a emoção de estar ansioso e os sintomas do transtorno de ansiedade.

"Todos nós apresentamos, em algum momento, a emoção de ansiedade. E na gestação ela se apresenta por diversos motivos, o que não significa ser um quadro de transtorno de ansiedade e que requeira intervenção medicamentosa, por exemplo", explica.

Os principais sintomas de ansiedade podem passar despercebidos no cotidiano, como fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, perturbação do sono e tensão muscular. Além disso, o TAG apresenta outros sintomas físicos, como:

  • sudorese;
  • palpitações;
  • medo infundados;
  • pensamentos negativos e intrusivos;
  • sentimentos culpa;
  • insônia, dentre outros.

No entanto, essas são características que precisam ser avaliadas de maneira cuidadosa, considerando o tempo que se apresentam e as consequências para a rotina da gestante.

Também é importante que, independente da apresentar ou não os sintomas, a mulher busque cuidado com a sua saúde emocional de forma preventiva.

Rede de apoio

De acordo com a psicóloga, a ansiedade é considera um fator de risco para o surgimento de outros quadros de adoecimento psíquico, como depressão.

Por isso, é necessário que ao apresentar os sintomas, a mulher busque ajuda de profissional psicólogo perinatal e/ou psiquiatra perinatal. Ter uma rede de apoio também é essencial.

Para Emily Torres, ter uma rede de apoio e fazer as coisas que gosta tem lhe ajudado muito a controlar a ansiedade e os pensamentos. Além disso, ela percebeu que o melhor "remédio" para conseguir viver bem durante os 9 meses é aproveitar um dia de cada vez da gestação ao máximo.

Segundo a psicóloga, além das técnicas usadas pela gestante, algumas outras dicas podem ajudar a controlar o TAG, são elas:

  • Se informar sobre aquilo que gera medo e insegurança, em fontes seguras e atualizadas;
  • Eliminar ou diminuir contatos sejam virtuais ou presenciais com o que gera sentimentos de impotência, culpa, medo e etc;
  • Buscar realizar atividades que traga sensação de bem estar, como, sair com amigos, ir ao cinema, encontrar familiares;
  • Praticar atividade física e meditação;
  • Realizar acompanhamento psicológico e o pré natal-psicológico.

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