Nacya Marreiro, a humorista portuguesa que participou no festival da Netflix: “O Eddie Murphy disse que era engraçada, fiquei contente” - Expresso

Humor à Primeira Vista

Nacya Marreiro, a humorista portuguesa que participou no festival da Netflix: “O Eddie Murphy disse que era engraçada, fiquei contente”

O "Netflix Is a Joke Fest" tornou Los Angeles a capital da comédia de 2 a 12 de maio. Num dos maiores festivais de comédia do mundo passaram grandes nomes como Kevin Hart e Jon Stewart, mas também uma humorista portuguesa em ascensão: Nacya Marreiro. No Humor À Primeira Vista, com Gustavo Carvalho, recorda o elogio que recebeu de Eddie Murphy e revela um possível acordo com a Netflix

Já conheceste algum comediante em Los Angeles com quem tenhas ficado sem saber como reagir?
Conheci o Eddie Murphy. Foi num espaço de amigos, estava com um amigo em comum, nem tive coragem de pedir uma foto, não quis faltar ao respeito. Ele disse que eu era engraçada, fiquei super contente. Foi um momento que estava só a aproveitar. Estava entre amigos na casa do Eddie Murphy. Numa casa linda, com comida deliciosa.

Não é uma casa, é uma mansão, vale a pena dizer.
Nem é uma mansão, aquilo é um país.

Quais são os objetivos para os próximos tempos?
Estou a tentar ter mais papéis de representação, poder estar mais nesse meio. Neste momento estou a escrever um guião com uns grandes amigos meus que foram nomeados para os Óscares.

Quem são?
Os The Lucas Brothers. Estamos a escrever um guião sobre a minha vida, como nasci e cresci em Portugal até à minha jornada de estar em Los Angeles e ser comediante. Acho que vai ser fantástico poder ver a mistura da cultura portuguesa com a americana. O objetivo é ser uma sitcom.

A tua comédia fala sobre essas experiências?
A minha comédia é sobre ser emigrante, ter sido divorciada, estar numa relação abusiva e como consegui sair. Sobre ser portuguesa e como cresci com a minha mãe, a típica mulher portuguesa e com o meu pai, o típico homem português. Essa é a minha história. Mas quando venho a Portugal já não me identifico com certas coisas e fico triste. Gostaria de poder falar sobre certos assuntos, mas acho que o povo português não está habituado a ver uma mulher como eu a fazer comédia. Acham que tenho a mania que sou boa, por ter os lábios vermelhos, um macacão justo ao corpo e estar a dizer piadas. Eu não sou hipster, gosto de usar brinquinho, de ser feminina, de ser forte. Sou uma mulher portuguesa forte, mas muitas vezes as pessoas sentem-se intimidadas com isso, mesmo em Portugal. Nos EUA isso é engraçado, porque sou pequenina e tenho sotaque: "Olha a miúda cheia de genica, que gira." Aqui acham que tenho a mania que sou boa.

Depois de participares no festival de comédia da Netflix, achas que há possibilidade de fazeres mais projetos com a Netflix num futuro breve?
Tive um convite para uma coisa muito grande da Netflix de stand-up. Estamos em negociação, vamos ver, não sei o que vai acontecer.


Tiago Pereira Santos

Gustavo Carvalho entrevista pessoas para quem a comédia é paixão e profissão. Oiça aqui mais episódios:

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: gcarvalho@impresa.pt

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