Aos três, ela fez uma participação no especial “Xuxa 10 anos”, na Globo, em 1996. Agora, aos 30, vive a irmã Maria, a freira amalucada de “A noviça rebelde”, em cartaz no Teatro Riachuelo até 23 de junho, que caiu nas graças dos cariocas. Entre uma data e outra, a atriz Malu Rodrigues consolidou-se como uma das melhores intérpretes de musical no Brasil, o que lhe custou um certo preço: passou a maior parte do tempo de sua vida em teatros e sets de filmagem. “Sempre fui boa aluna, mas amadureci rapidamente graças à minha carreira artística. É muito bom viver quem não é você. É terapêutico. Todo mundo deveria experimentar isso”.
Charles Möeller, parceiro de Claudio Botelho, a dupla de produtores que ajudou a criar a persona artística da atriz de rosto angelical e olhos profundamente azuis, é seu entusiasta.“Malu é a atriz que mais personifica minhas crenças dentro desse ofício”. “A noviça rebelde” é sua 15ª peça sob a batuta deles. A primeira, aliás, também foi “A noviça rebelde”, na montagem de 2008, quando Malu viveu Louisa, uma das seis crianças da família Von Trapp. O tempo passou, ela cresceu e assumiu o papel da irmã Maria dez anos depois, na segunda versão. “Fiquei mais à vontade para retomar o papel agora na terceira montagem, pois já sei todos macetes.”
Interpretar é uma atividade que Malu encontrou para também manter sua privacidade. “Sou realmente reservada”, explica ela que, zero em tecnologia, confessa ser péssima em construir sua imagem nas redes sociais. Por outro lado, há vários anos, mantém encontros sagrados com um grupo fiel de amigos, mas, mesmo assim, guarda segredos. “Casei, separei e muitos amigos nem ficaram sabendo pois não deu tempo de fazer festa”, confidencia a atriz, sem entrar em detalhes sobre seu breve relacionamento. Precavida, ela diz que agora prefere se relacionar com profissionais da produção, não mais com colegas de palco.
Desvincular a vida profissional da familiar, aliás, é uma das suas habilidades. Raramente é vista na praia — prefere assistir ao pôr do sol no Arpoador. Quando menina, Malu jogou futebol no Fluminense, clube que era perto da sua casa, e futevôlei na praia, mas não era a mesma sensação de estar no palco e atuar. “Sem desprezar nenhuma profissão, eu não conseguiria trabalhar em um escritório", conta a atriz que, virginiana com ascendente em Sagitário e lua em Aquário, adora poder não ser ela mesma.