Jardim Cinema: Len Wiseman - “Die Hard 4.0 – Viver ou Morrer” / “Live Free or Dir Hard”

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Len Wiseman - “Die Hard 4.0 – Viver ou Morrer” / “Live Free or Dir Hard”


Len Wiseman
“Die Hard 4.0 – Viver ou Morrer” / “Live Free or Dir Hard”
(EUA – 2007) – (97 min. / Cor)
Bruce Willis, Timothy Olyphant, Maggie Q., Matt Farrell.

John McClane, o mais intratável polícia de Nova-Iorque, já lá vão mais de vinte anos, (o herói nasceu em 1988) está de volta! E, como não podia deixar de ser, a idade faz-se sentir, não no actor que já fez cinquenta anos, nem no herói, abandonado pela mulher e com uma filha ainda mais rebelde do que ele. Aqui ninguém está velho, quem está velho ou melhor não possui um rasgo cinematográfico é Len Wiseman, o realizador responsável por este quarto episódio. Recorde-se que ele tem como cartão de visita “Underworld”, o seu primeiro filme, depois assinou a sua sequela e a prequela ou seja ele é o homem errado, no local errado, na hora errada, até parece estar na pele de John McClane quando anda por Harlem com um cartaz a dizer “eu odeio negros”, cartaz esse oferecido a Bruce Willis pelo célebre “Simon says”!


Por se falar no génio, nunca é demais recordar que John McTiernan é o responsável por “Assalto ao Arranha-Céus” / “Die Hard”, onde pela primeira vez nos cruzámos, nessa véspera de Natal inesquecível, com o agente John McClane. E o resultado foi explosivo, ainda por cima, com um vilão à altura, um Alan Rickman ainda pouco conhecido e depois todo um conjunto de situações, que agarravam o espectador à cadeira, enquanto roía as unhas de cada vez que o herói escapava por um triz à morte, que espreitava por todos os lados. Certamente muitos ainda se lembram que, depois de terem visto o filme, nunca mais tiraram os sapatos para aliviar os pés em casa alheia e só de pensarem em Bruce Willis descalço, o tempo todo a correr por cima do vidro estilhaçado pelas balas, ainda sentem um arrepio gelado pelo corpo acima.


John McClane entrou de tal forma pela porta grande do cinema, que James Bond decidiu passar umas férias nas Bahamas e os Estúdios não fizeram esperar muito os "fans" pela sequela e na hora de multiplicarem os pãezinhos, esqueceram-se de John McTiernan e convocaram Renny Harlin para realizar “Assalto ao Aeroporto” / “Die Hard 2” e, mais uma vez, encheram os cofres, porque embora o "movie" não seja possuidor desse segredo bem guardado que faz de John McTiernan o número 1 dos cineastas dos filmes de acção, Renny Harlin não ficou mal na fotografia, o humor do personagem mantinha-se e o público, de todas as gerações, identificava-se com o personagem. Mas quando foi decidido fazer o terceiro filme, “Die Hard With a Vengeance”, foi convocada a equipa maravilha com John McTiernan ao comando e um vilão de serviço de “primeira água” interpretado por Jeremy Irons, ao mesmo tempo que se eliminava o único ponto fraco da série (a personagem de Miss McClane). Usando Manhattan como local de acção e criando um jogo do gato e do rato com uma credibilidade espantosa, John McTiernan e Bruce Willis saíram em apoteose da sala de cinema.


Por tudo isto, foi com algum cepticismo que recebemos a notícia de mais um filme de John McClane, dirigido por um realizador com muito pouca tarimba e com a artilharia apontada ao público norte-americano, mais concretamente aos "teenagers", ao incluir no elenco nomes cuja identificação televisiva era imediata. “Die Hard 4.0 Live Free or Die Hard” surge assim como um filme de acção, usando toda a tecnologia disponível para nos oferecer a luta de um polícia da velha guarda com um grupo de "hackers", que decidem apoderar-se da economia mundial. Thomas Gabriel (Timothy Olyphant), um antigo chefe de segurança informática que foi despedido após os atentados do 11 de Setembro, decide vingar-se do governo e com ajuda de diversos "hackers" cria um verdadeiro estado de sítio na economia mundial, mas infelizmente o destino irá fazê-lo cruzar-se com John McClane.


Ao longo do filme o que se nota mais, para além da fraca realização, é a ausência de intérpretes convincentes para estarem na companhia de Bruce Willis, que mais uma vez leva a sua personagem a bom porto. Rever John McClane é sempre bom, mas em tão más companhias, até ficamos com vontade de hesitar, porque como diz o ditado diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és!

Rui Luís Lima

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