Polícia Civil pede ajuda para localizar empresário suspeito de assassinar casal de agricultores | Roraima | G1

Por g1 RR — Boa Vista


Suspeito Caio de Medeiros Porto é investigado por ter participação direta no crime — Foto: Arquivo pessoal

A Polícia Civil pediu ajuda da população, nesta terça-feira (14), para localizar o empresário e técnico em agricultura, Caio de Medeiros Porto, de 32 anos, suspeito de assassinar o casal de agricultores Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57. Ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça e está foragido.

Em coletiva de imprensa, a Polícia Civil esclareceu que a perícia identificou a voz do empresário e do capitão da Polícia Militar Helton John Silva de Souza, de 48 anos, no áudio em que uma das vítimas registrou o ataque (ouça mais abaixo). Agora, as investigações seguem para investigar qual a participação de cada envolvido e para localizar o técnico em agricultura.

"A gente precisa que a a comunidade em geral auxilie com informações. Então, se alguém porventura tiver visto, tiver informações pertinentes ao caso e faça o contato com policiais da Delegacia Geral de homicídios, que faça contato com 190 da Polícia Militar, 197 da Polícia Civil e iremos é filtrar essas informações", disse ao g1 o titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) João Evangelista.

Caio é investigado por ter participação direta no crime, suspeito de planejar e executar o assassinato. Procurado, o advogado Pedro Coelho, defesa do empresário, alegou que o delegado que conduz o caso, João Evangelista, "está tentando jogar a população contra um investigado".

"Se acontecer algo com Caio de Medeiros a responsabilidade é da autoridade policial que tenta conduzir uma investigação criminal em clima emocional, não compatível com a relevância do cargo que exerce. Caio Medeiros é investigado. Não foi condenado. Não pode ser tratado como se fosse destituído de qualquer direito", completou.

Delegado João Evangelista (ao centro) acompanha o caso — Foto: Samantha Rufino/g1 RR

Na última sexta-feira (10), a Civil cumpriu o mandado de prisão temporária do autônomo Johnny de Almeida Rodrigues e do capitão da Polícia Militar Helton John Silva de Souza, de 48 anos, por meio da operação Terras do Surrão.

Com isso, Caio é o único dos investigados que está em liberdade. Até agora, estão presos por envolvimento na morte de Jânio e Flávia:

O diretor do Instituto de Criminalística, Sttefani Ribeiro, entregou ao delegado Evangelista os laudos periciais, que devem conduzir as próximas diligências da Civil para saber o envolvimento de cada um deles. A suspeita é que o crime tenha envolvido mais de um atirador.

Além disso, Evangelista afirmou que, em tese, uma das vozes captadas em um áudio que registrou o momento do ataque é de Caio. O empresário seria o suspeito que afirma "falaram que eu estava armado, não sei o quê. Armado eu tô mesmo ô", momentos antes do disparo.

"Nós temos sim elementos apontando que se trata de uma briga fundiária, uma briga de terra. No mesmo áudio em que foi arrecadado, que foi amplamente divulgado, é exposta essa contenta, essa questão fundiária e isso também está sendo objeto de apreciação", completou o delegado.

A Polícia Civil tem 30 dias para dar continuidade nas investigações após o recebimento dos laudos da perícia. Também estiveram na coletiva a delegada do Departamento de Homicídios Mirian Di Manso e a delegada-geral Darlina Moura Viana.

Operação Terras do Surrão

Na operação Terras do Surrão, além dos mandados de prisão, a Polícia Civil cumpriu seis de busca e apreensão nos bairros São Vicente, São Francisco, Aeroporto, Cidade Satélite e no município do Cantá. Os mandados judiciais são da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Boa Vista.

Os investigadores apreenderam uma arma de fogo, munições, aparelhos celulares e o documento de uma caminhonete, de cor branca. Na residência de Johnny de Almeida Rodrigues, preso na sexta, foram apreendidos aparelhos celulares, uma arma de fogo e munições do mesmo calibre usados nos homicídios do casal.

Segundo as investigações, Johnny de Almeida Rodrigues esteve com Caio e Genivaldo Lopes na compra de munições para arma de fogo em uma loja de Boa Vista. O recibo da compra foi emitido no nome dele.

Disputa por terras

Flávia Guilarducci e Jânio Bonfim foram baleados após ter a casa onde viviam invadida por quatro homens, em Roraima. — Foto: Arquivo pessoal

O ataque aconteceu na vicinal do Surrão, na propriedade do casal. Jânio foi atingido no abdômen e morreu um dia depois do crime, no dia 24 de abril. A esposa dele, baleada na cabeça e na boca, morreu cinco dias depois, no dia 28, no Hospital Geral de Roraima (HGR), onde ficou internada em estado grave na UTI.

A disputa por terras, conforme a investigação da Polícia Civil, ocorreu porque Caio passou a exigir que Jânio parasse a construção de uma cerca alegando que a obra estava entrando na terra dele. A obra era feita nos fundos da propriedade de Jânio, localizada na Gleba Tacutu, município de Cantá, região do Surrão.

Antes de ser atingida, Flávia gravou a conversa no próprio celular. A Polícia Civil acredita que como ela e o marido tinham sido ameaçados anteriormente, a vítima decidiu fazer provas concretas. A gravação feita registrou seis tiros disparados em cerca de 15 segundos e é usada nas investigação.

Após o crime, os agentes da Polícia Civil iniciaram investigações e apuraram que uma testemunha que prestou socorro ao casal também foi ameaçada pelos quatro homens no dia anterior ao crime. Dois homens foram presos.

O duplo homicídio é investigado pelo delegado João Luiz Evangelista Batista dos Santos, titular da Delegacia Geral de Homicídios, e investigadores da unidade.

Áudio registra conversa e seis tiros em 15 segundos no assassinato de casal em disputa por

Áudio registra conversa e seis tiros em 15 segundos no assassinato de casal em disputa por

Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!