Rogério Cruz admite que crise do lixo não está superada

27 de maio de 2024
Defensiva • atualizado em 14/05/2024 às 15:07

Cruz admite que crise do lixo não está superada e cita problemas de coleta maiores em gestões anteriores

Em entrevista exclusiva ao Diário de Goiás, o prefeito de Goiânia esclareceu, ainda, dificuldades na implementação do controle semafórico e na contratação de médicos
Rogério Cruz respondeu sobre os principais problemas enfrentados na capital atualmente. Foto: Jackson Rodrigues/Secom
Rogério Cruz respondeu sobre os principais problemas enfrentados na capital atualmente. Foto: Jackson Rodrigues/Secom

O prefeito de Goiânia Rogério Cruz (Solidariedade) afirma que os problemas de coleta de lixo que assolaram a capital nos últimos meses ainda não foram solucionados. De acordo com ele, sua gestão será a única a pôr um fim a esta questão, que se arrasta desde governos anteriores. Em entrevista exclusiva ao editor do Diário de Goiás, Altair Tavares, Cruz detalhou as principais dificuldades enfrentadas, entre elas, a implementação do controle semafórico na cidade e a crise da contratação de médicos. 

OUÇA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Altair Tavares: Uma das demandas aqui que acompanhamos é a área da saúde, pessoal pedindo mais médicos. A prefeitura desistiu de contratar os médicos por contratação de empresas ou ainda vai existir?

Rogério Cruz: Não, na verdade o processo está em andamento, uma vez que já houve várias reuniões do secretário de Saúde, Dr. Wilson Pollara, junto com o TCM (Tribunal de Contas do Município) e o Ministério Público. Esse processo está se encaminhando, está em andamento, para que possamos fazer essa contratação o mais rápido possível.

Altair: A  insistência é a solução encontrada para essa demanda?

Rogério: A única maneira que nós temos hoje de poder trazer uma solução rápida para a população é esse tipo de contratação, para que as pessoas possam chegar nas unidades e ter os médicos à sua disposição e não só médicos, mas médicos especialistas.

Altair: A demanda da semana passada, o senhor fez um acompanhamento direto sobre a situação do lixo. Hoje a crise está superada?

Rogério: Ainda não está superada, mas já está buscando e tendo já respostas positivas. Como nós já havíamos dito, a partir do momento que o consórcio assumisse, seria gradativamente todo o processo de limpeza da cidade para manter a cidade completamente limpa. A Comurg fazendo a sua parte na região Oeste e Sudoeste e a empresa ganhadora do processo de licitação fazendo o seu processo na região Leste e região Norte.

Altair: A agenda de que todo o serviço passe para a empresa terceirizada está mantida?

Rogério: Está mantida, claro. A não ser que eles possam solicitar algum prazo maior, mas sempre com a participação da Comurg, com a participação da Seinfra, com a participação da própria Prefeitura de modo geral. Tudo tem que ser conversado em conjunto para que nós possamos manter e não sair do eixo de cidade limpa. É o que nós fizemos na semana passada, criamos esse slogan “Cidade Sempre Limpa”, então para isso precisamos sentar e conversar, para dialogar e nesse diálogo, saber o que eles estão precisando, qual dificuldade, se existe ainda, que eles estão buscando resolver junto com a Prefeitura. Então, podemos dialogar, estamos dentro do prazo e, com certeza, caso tenham alguma dificuldade, estarão procurando a Prefeitura.

Altair: Uma das questões que mais está demorando na prefeitura é a instalação do sistema semafórico controlado com uma licitação que está durando alguns anos, emperrada agora por um recurso de empresas. O senhor tem esperança de que esse ano ainda vai alterar o sistema semafórico, trazer essa nova estrutura?

Rogério: Tenho esperança. É importante lembrar que essa questão de licitação é uma questão muito complicada, que não depende só do poder público. Nós já fizemos vários processos com o TCM (Tribunal de Contas do Município) e o Ministério Público, mas quando uma empresa está sempre atingindo o objetivo, o que acontece?! Outra empresa vem e entra, aí é briga entre as empresas, não é a prefeitura. Então isso atrasa muito a questão do processo de contratação, infelizmente isso acontece, mas nós estamos buscando aí melhor tipo de recurso para podermos trazer resposta, essa resposta para a população.

Altair: O empecilho agora é recurso da empresa?

Rogério: Temos também recursos, outras empresas também recorreram e a empresa que estamos buscando, no caso que está à frente do processo, tem nos auxiliado, tem buscado condições de trazer todo o processo fechado, as documentações, as provas que estão aptas para fazer esse tipo de serviço. Mas, infelizmente, como falei, as outras empresas vêm, e a burocracia dá essa permissão de que as empresas vão buscando recursos e  começa a briga entre as empresas, mas essa briga a gente não entra, isso aí é o TCM, Ministério Público, nós levamos isso para eles e, com certeza, muito em breve teremos uma resposta positiva.

Altair: Prefeito, evidentemente por estar na gestão, o senhor tem sido alvo de críticas dos outros candidatos. O candidato Gustavo Gayer disse numa entrevista comigo que a cidade está fedida, bastaria abrir o vidro do carro para sentir o mau cheiro da cidade. Como é que o senhor avalia?

Rogério: Bom, isso é normal, como você colocou. Estamos num momento de pré-campanha e é normal que qualquer um fale o que quer falar. A cidade realmente esteve com muita dificuldade e não só agora na gestão, isso em gestões passadas, isso já vem acontecendo há mais de anos, há mais de décadas já vem acontecendo. Eu fui vereador oito anos, talvez ele não saiba disso, eu fui vereador oito anos, dois mandatos consecutivos, acompanhei vários processos. Em oito anos eu vi três problemas de lixo acontecerem na cidade, aliás, pior do que a que nós passamos. Uma, inclusive, ficaram 35 dias sem recolher um lixo na cidade. E nós, graças a Deus, chegamos com dificuldade, mas não chegamos a esse tempo de 35 dias sem recolher lixo na cidade. As pessoas hoje falam o que querem. Estamos em pré-campanha, é importante que o cidadão esteja atento a isso. Se eu quiser falar dele, eu também posso falar, mas não falo, porque a gente trabalha com honestidade, trabalhamos com transparência. E hoje o meu foco é gestão. Nós estamos aí em pré-campanha, temos equipe trabalhando para pré-campanha e o meu foco é fazer gestão.

Altair: O senhor não vai responder a essa crítica?

Rogério: Não, deixa para a campanha. Na campanha a gente responde.

Altair: O senhor citou três crises do lixo, quais foram?

Rogério: São várias, são três. Como vereador, participei de duas do Paulo Garcia e uma do próprio Iris.

Altair: Nessas crises, a prefeitura encontrou as soluções que precisava?

Rogério: Encontramos agora, que é algo que já viemos buscando há muitos anos. Aliás, é algo que o próprio poder público já era para ter buscado. Eu tive que tomar essa coragem, e tive coragem para enfrentar essa realidade, de trazer para mim essa responsabilidade e fazer o que tinha que ser feito, independente do que outras pessoas acham ser certo ou ser errado. Basta dizer que quem está na gestão é Rogério Cruz. E quem faz gestão é Rogério Cruz. Quem decide é Rogério Cruz. Não é A, nem B, nem C. Nós já viemos buscando essa solução há muitos anos. Desde quando vereador, repito, muitos reclamavam disso, falavam, mas nunca fizeram. E o Rogério Cruz teve coragem de fazer isso. Estamos agora em uma fase de um processo de transição e, com certeza, estamos dando resposta à sociedade, trazendo a solução da coleta de lixo.


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Luana Cardoso

Luana

Estagiária de Jornalismo do convênio entre a UFG e o Diário de Goiás.