Moradores de Gaza e Hamas vêem falsa equivalência em acusações da TPI Por Reuters
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Moradores de Gaza e Hamas vêem falsa equivalência em acusações da TPI

Publicado 20.05.2024, 17:25
© Reuters. Vista de local atingido por ataque israelense em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza
20/05/2024
REUTERS/Rami Zohod

Por Nidal al-Mughrabi

CAIRO (Reuters) - Moradores da Faixa de Gaza criticaram nesta segunda-feira a decisão do promotor do Tribunal Penal Internacional de solicitar a prisão de líderes do Hamas, dizendo que ela promove uma falsa equivalência entre eles e líderes israelenses que travam uma guerra no enclave palestino desde outubro. 

O promotor Karim Kahn solicitou mandados de prisão para o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, o comandante da ala militar do grupo, Mohammed Deif, e o chefe da sua Divisão Política, Ismail Haniyeh, e também para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant. 

“O mundo é injusto, eles vêem com apenas um olho. Como podem nos equiparar com a ocupação?”, disse Um Samed, uma mãe de seis filhos desalojada pela guerra entre diferentes bairros da Cidade de Gaza. 

“O Hamas usou aviões para bombardear Tel Aviv? Eles mataram 35.000 pessoas, com mais milhares ainda desaparecidas? Isso é insano”, disse à Reuters, em um aplicativo de mensagens.

A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro, no qual 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 foram sequestradas, segundo contagens israelenses. 

Pelo menos 35.000 palestinos foram mortos desde então, segundo o ministério da Saúde de Gaza, em um conflito que devastou o enclave e desalojou a maioria da sua população de 2,3 milhões de pessoas. 

O promotor do TBI disse ter motivos para acreditar que os cinco homens têm “responsabilidade” por supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

“SETE MESES DE ATRASO”

Ao serem questionados sobre o ataque de 7 de outubro, moradores de Gaza afirmam que as causas do atual conflito são muito mais antigas, da época das guerras em torno da fundação de Israel, quando centenas de milhares de palestinos fugiram ou foram forçados a deixar as suas casas em 1948. 

A medida do promotor do TBI equipara a “vítima e o matador”, afirmou Sameeh, um contador de 45 anos da Cidade de Gaza deslocado para Khan Younis com sua família.

“A injustiça e os massacres contra os palestinos não começaram em 7 de outubro, começaram em 1948, e 7 de outubro foi uma resposta a todos os crimes conduzidos pela ocupação”, disse. 

A autoridade sênior do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse à Reuters que a decisão do TBI “representa um encorajamento para que a ocupação prossiga com a guerra de exterminação”. 

Em um comunicado, o grupo militante palestino denunciou a medida contra seus líderes e disse que os pedidos contra Netanyahu e o ministro da Defesa chegaram com sete meses de atraso. 

Em Israel, políticos e membros do público reagiram com o mesmo nível de ultraje à decisão de Khan, com alguns israelenses considerando o pedido de mandado de prisão contra Netanyahu como um ataque a todo o país. 

No lado palestino, mesmo aqueles que poderiam ser críticos ao Hamas se opõem à ideia de colocá-los em pé de igualdade com Israel.  

Wasel Abu Youssef, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), organização adversária política do Hamas, disse que as autoridades israelenses estão cometendo crimes de genocídio na Faixa de Gaza. 

“O povo palestino tem o direito de se defender”, disse à Reuters, de Ramallah, na Cisjordânia, ocupada por israelenses.

© Reuters. Vista de local atingido por ataque israelense em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza
20/05/2024
REUTERS/Rami Zohod

Outro morador de Gaza, Rabah Abuelias, de 65 anos, disse que as pessoas no território pagam um preço alto pelo ataque do Hamas em 7 de outubro, mas que Israel era o culpado pelo que ocorreu depois e que o TPI também deveria ter como alvo os apoiadores ocidentais de Israel.

"Criticamos o Hamas por talvez não ter chegado a um cessar-fogo até agora ou por não ser capaz de apoiar as pessoas com comida e abrigo suficientes, mas nunca os culparemos por resistir à ocupação", disse ele.

(Reportagem de Nidal Al-Mughrabi, reportagem adicional de Ali Sawafta em Ramallah)

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