A médica, apresentadora e ex-BBB Thelminha Assis fez coro: “Racismo é um problema das pessoas brancas, não nosso, não está em nós”, disse a médica, sob aplausos.

Em seis mesas de debates, apresentadores e convidados reverenciaram suas ancestralidades e familiares que estavam na plateia, para falar sobre a beleza e a força negra no Brasil.

“Meu pai é um homem preto e ensinou o caminho da sensibilidade, me ensinou que homens pretos choram. Eu te amo, pai, queria agradecer na frente de todo mundo a existência da sua vida. Se é para falar sobre felicidade, eu falo sobre esse momento aqui, porque eu já dormi nesse galpão e hoje estou aqui no palco”, disse o humorista Júlio.

Focados em audiovisual, os convidados contaram histórias pessoais e reais. Foi em um desses momentos que a ganhadora do BBB 20 destacou a resistência necessária para subverter o lugar que o racismo leva os negros brasileiros.

“Sucesso na pauta afrocentrada é a gente sair desse local subestimado que nos colocam. A gente sai ocupando, nem que seja na marra. A gente tem o direito de ter vários sonhos e propósitos. Quando eu sonhei em ser médica, me disseram que medicina era para rico. Eu não tinha um estetoscópio até o último ano da faculdade”, disse Thelminha.

“Quando você pensa em uma pessoa negra, o que vem primeiro a sua mente?” A pergunta da apresentadora Alide Midlej iniciou a reflexão de que a imagem das pessoas negras ainda carrega um estereótipo de sofrimento e tristeza para muitas pessoas. Ponto importante que foi contestado durante todo o evento.

“As crianças nascem felizes, o que elas escutam ao longo da vida, as críticas ao nariz, ao cabelo, que vão trazendo sofrimento”, explica a atriz Sheron Menezes.

“Eu tento trazer a negritude para além do noticiário policial, mas é um trabalho que tem de ser de todo mundo, dos pretos, brancos e não brancos”, disse Aline.

Para a atriz Regina Casé, um dos caminhos para enfrentar esse problema social é impulsionar projetos e pessoas.

“Não quero ser a voz das pessoas pretas na televisão, mas quero iluminar todas essas pessoas que eu vejo para impulsionar elas”, declara ela.

A apresentadora Maju Coutinho contou que durante sua trajetória foi muito impactada por outras pessoas negras.

“Precisamos celebrar essas trajetórias de sucesso para nos fortalecer, não só falar sobre os nossos problemas."

O Festival Negritudes Globo tem como objetivo colocar as narrativas negras para o centro do debate, estimulando encontros, incentivando a criatividade e discutindo o cenário atual do audiovisual brasileiro.

Os ingressos esgotaram, mas é possível acompanhar tudo pela transmissão ao vivo do Canal Futura no Globoplay.

O evento também promove em parceria com a APAN - Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro - mentorias sobre carreira e projetos direcionadas exclusivamente a pessoas negras.

Uma atriz congolesa refugiada no Brasil reencontra os atores brasileiros com quem aprendeu a falar português através de novelas e séries. Uma conversa que atravessa décadas e um oceano para falar sobre como as nossas histórias nos conectam e rompem fronteiras.

Mediação: Lilian Ribeiro, jornalista

Convidados:

• Lázaro Ramos, ator e diretor
• Prudence Kalambay, atriz
• Taís Araújo, atriz

É preciso celebrar quem veio antes e abriu caminhos. As nossas ancestralidades, as nossas referências e o impacto no audiovisual.

Mediação: Rita Batista, apresentadora

Convidados:

• Zezé Motta, atriz
• Antonio Pitanga, ator
• Átila Roque, diretor da Fundação Ford

As negritudes cariocas se revelam nas nossas esquinas, ruas, rodas de samba, no angu e na feijoada. Elas acontecem no sorriso frouxo, no passinho que dribla dificuldades e no tempo que pausa no pôr-do-sol. São territórios e pessoas que expressam a herança africana no Rio de Janeiro.

Mediação: Alexandre Henderson, jornalista

Convidados:

• Milton Cunha, comentarista de Carnaval
• André Rodrigues, carnavalesco da Portela
• Tati Quebra Barraco, cantora
• Jonathan Azevedo, ator

Jorge Aragão e Bateria da série Encantado's, do Globoplay