Oficial militar dos EUA renuncia por apoio à ofensiva israelita em Gaza

Meteorologia

  • 27 MAIO 2024
Tempo
22º
MIN 14º MÁX 22º

Oficial militar dos EUA renuncia por apoio à ofensiva israelita em Gaza

Um comandante das Forças Armadas dos EUA renunciou ao serviço militar por razões de consciência e em protesto contra o apoio do Governo norte-americano à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, foi hoje divulgado.

Oficial militar dos EUA renuncia por apoio à ofensiva israelita em Gaza
Notícias ao Minuto

23:26 - 13/05/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

Este oficial, afeto à agência de inteligência de Defesa, anunciou a sua decisão numa mensagem publicada na rede social LinkedIn, onde explicou que os Estados Unidos "facilitaram e forneceram os meios" para a morte de civis palestinianos.

"Há meses que penso na política de apoio quase incondicional ao Governo de Israel, que foi facilitado e dotado de meios para matar e fazer passar fome dezenas de milhares de palestinianos inocentes", frisou, segundo o jornal The New York Times, citado pela agência Europa Press.

A biografia de Mann no LinkedIn indica que este oficial é especialista no Médio Oriente e em África e conta com uma carreira de 13 anos. Anteriormente, trabalhou na Embaixada dos EUA na Tunísia.

"Este apoio incondicional encoraja uma escalada imprudente que pode provocar uma guerra mais ampla", acrescentou, indicando que já pensava deixar as Forças Armadas, mas que a ofensiva israelita em Gaza o encorajou a tomar a decisão em 01 de novembro.

Na nota, Mann refere-se às "imagens horríveis e desanimadoras" que surgiram do conflito.

"Não consegui ignorar a relação entre essas imagens e o meu trabalho. Isto causou-me uma vergonha incrível e um sentimento de culpa", sublinhou.

"Quero esclarecer que, como descendente de judeus europeus, recebi uma educação moral implacável no que diz respeito à responsabilidade pela limpeza étnica", acrescentou.

O militar explicou também que transmitiu a sua posição aos colegas em 16 de abril.

Mann confirmou, em conversa telefónica com o The New York Times, que é o autor deste texto, mas não quis fazer declarações devido a regulamentos militares internos.

Este é o primeiro caso público de demissão de um militar em protesto contra o apoio dos EUA a Israel.

Este tipo de demissões são muito raros e ainda mais quando o caso e as suas motivações são tornados públicos.

Mais de 35 mil habitantes da Faixa de Gaza morreram, a maioria dos quais civis, desde o início do conflito, há mais de sete meses, segundo dados do Ministério da Saúde controlado pelo grupo islamita Hamas.

A ação em grande escala no enclave palestiniano é uma retaliação ao ataque que o Hamas realizou em solo israelita em 07 de outubro, que resultou na morte de mais de 1.100 pessoas enquanto cerca de 250 foram levadas como reféns.

Israel e Hamas não conseguem alcançar um acordo para uma trégua, enquanto as forças de Telavive atacam Rafah, onde se encontram centenas de milhares de deslocados do território palestiniano, isolado e mergulhado numa grave crise humanitária.

Leia Também: "Considerar o Hamas uma organização terrorista seria cruel", diz Erdogan

Recomendados para si

;
Campo obrigatório