Manchetes dos jornais de domingo 19 de maio de 2024

Manchetes dos jornais de domingo 19 de maio de 2024

 

Edição de Chico Bruno

Manchetes dos jornais de domingo 19 de maio de 2024

CORREIO BRAZILIENSE – Voluntários do DF relatam ação humanitária no Sul

O ESTADO DE S.PAULO – Amazônia tem onda de saques a embarcações por 'piratas do rio'

O GLOBO – Consumidor troca celular de cartão por conta mensal

FOLHA DE S.PAULO – Mudanças climáticas forçam empresas a contratar previsão

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

Relatos - Ao Correio, integrantes das forças de segurança e outros profissionais que estão no Rio Grande Sul falam sobre os esforços para resgatar pessoas atingidas pela maior tragédia natural do estado. “A situação tem desdobramentos diferentes à medida que os dias vão passando”, destaca o comandante da equipe de 30 policiais da PMDF enviados para a região afetada, coronel Carlos Melo. A psicóloga Aisha Caroline ressalta a importância do acolhimento às vítimas. “Descreveria a situação como assustadora. Foi a primeira vez que tive contato com uma tragédia tão grande”, acrescenta. A tenente-coronel Paula Tyeme enfatiza toda a solidariedade e o carinho dos moradores da região. “Muitos civis querendo ajudar”, diz.

Pirataria - Diante da recorrência de roubos a embarcações cometidos pelos chamados “piratas dos rios” na Amazônia, empresas que atuam na região têm investido em escolta armada, câmeras de monitoramento e até em sistemas de segurança que se utilizam da Starlink, serviço de internet da SpaceX, para tentar evitar ataques. Levantamento do Instituto Combustível Legal (ICL) indica que a atuação das quadrilhas de piratas dos rios, focadas em saquear mercadorias, causa prejuízo anual de cerca de R$ 100 milhões nas atividades de transporte de cargas pelo Rio Amazonas. Sem contar a insegurança levada à população. Para combater esse problema, estados como Amazonas e Pará também têm buscado novas soluções. O principal foco neste momento é em ampliar a quantidade de bases fluviais para auxiliar no patrulhamento nas vias hídricas. Em geral, são estruturas que funcionam 24 horas por dia e dispõem até de lanchas blindadas para auxiliar em eventuais confrontos com os criminosos.

Troca - Responsáveis por popularizar a telefonia móvel no Brasil, os celulares de planos pré-pagos (de cartão) vêm perdendo espaço. Pela primeira vez, foram ultrapassados pelas linhas pós-pagas (de conta mensal). Os pré-pagos, que já foram mais de 80% de todos os celulares ativos do país, somaram, em março, 107,1 milhões de clientes. É pouco menos que os 107,8 milhões de adeptos da conta no fim do mês, segundo levantamento da consultoria Teleco com base em dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O movimento é resultado de uma estratégia comercial das operadoras de telefonia, que vêm reduzindo os preços dos planos pós-pagos de forma a acelerar essa migração e aumentar as receitas recorrentes em meio às mudanças na forma como as pessoas usam o celular. Até a recarga em bancas e farmácias tem se tornado mais escassa, com os clientes utilizando mais os meios digitais desde a pandemia.

Novo normal - O novo normal de mudanças climáticas —que pode levar a estados de calamidade pública, como no Rio Grande do Sul— está forçando cada vez mais empresas de diferentes setores a buscarem consultorias meteorológicas a fim de guiarem os seus negócios, na tentativa de evitar ou minimizar prejuízos. Fabricantes de cosméticos, varejo têxtil, logística, marketplaces, deliveries de comida e até empresas do ramo de entretenimento vêm usando consultorias como Climatempo e Nottus para obter análises mais assertivas sobre variações do clima, que possam impactar suas operações. São dados que apontam, por exemplo, o melhor momento de levar às lojas uma nova coleção outono-inverno; contratar mais motoboys para entrega em dias de chuva, quando o número de pedidos cresce; reforçar o estoque de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores em uma onda de calor, momento em que também é preciso rever o esquema de distribuição de protetores solares.
[10:57, 19/05/2024] Celso Tesoureiro Ppl Sp: Resumo de domingo - 19/05/2024 - 2ª PARTE 

Oposição acusa governo de uso eleitoral da tragédia -  A cena do anúncio feito em São Leopoldo (RS) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua comitiva das medidas contra os efeitos devastadores das chuvas no Rio Grande do Sul ganhou ares de palanque eleitoral. O comedimento que a situação exigia, entende aliados do governador Eduardo Leite, do PSDB, foi deixado de lado em um momento em que o estado vive uma catástrofe com dezenas de mortos e desaparecidos. Lula chamou o ministro Paulo Pimenta ao centro do palco como se fosse um ato de início de governo. O deputado petista migrou da Secretaria de Comunicação para o Ministério Extraordinário da Reconstrução do estado. E assim foi apresentado. No mesmo cenário, em pé e em posição de destaque no palanque, a deputada Maria do Rosário (PT-RS), pré-candidata à prefeita de Porto Alegre, aplaudia com entusiasmo. Contrastando com esse clima, o governador gaúcho permaneceu estático na cadeira, não aplaudiu nem engrossou o coro festivo do PT.

Lula reúne ministros para balanço das ações -  O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu ontem, no Palácio da Alvorada, os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Pimenta (Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul), Waldez Góes (Integração), Renan Filho (Transportes), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e José Múcio (Defesa).  Embora a pauta da reunião não tenha sido divulgada, o rol de ministros presentes compõem as pastas mais envolvidas no apoio aos gaúchos após as enchentes no estado. O grupo, inclusive, acompanhou Lula a São Leopoldo (RS), na quarta-feira da semana passada. Quem chegou mais cedo para o almoço com o presidente e ministros no Alvorada foi Fernando Haddad.  Desde que as chuvas começaram a fazer estragos no Rio Grande do Sul, há duas semanas, o governo federal tem focado os esforços na ajuda às populações atingidas e na recuperação da infraestrutura das cidades. Na sexta-feira, foi publicada uma medida provisória (MP) que flexibiliza o processo para a aquisição de bens e contratação de serviços nas áreas que se encontram em estado de calamidade pública. Dessa forma, fica dispensada a obrigação legal de licitação.

Sem a proteção da lei, desmate ameaça Cerrado - Em março, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou ao governo que apresentasse um plano de ação para proteger a Amazônia do desmatamento ilegal, do garimpo criminoso e da destruição da fauna e da flora. A decisão foi dada no âmbito de uma ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) apresentada pelo PSB e pela Rede Sustentabilidade. Os partidos se valeram de um artigo da Constituição que define a Amazônia, o Pantanal, a Mata Atlântica e outros biomas como patrimônio nacional. Por outro lado, o Cerrado — a maior savana do mundo — não tem a mesma proteção prevista pela Carta Magna. Há quase duas décadas, tramitam no Congresso duas propostas de emenda à Constituição (PEC), que incluem o Cerrado e a Caatinga na lista de patrimônios nacionais que devem ser protegidos. Depois de quatro anos de desmonte da política ambiental, durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que retirou recursos, pessoal e estrutura do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e outros órgãos que atuam na área, a pauta ambiental ganhou mais destaque no atual governo. Porém, enquanto em janeiro o desmatamento na Amazônia recuou 60% — o décimo mês consecutivo de queda —, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), no Cerrado a devastação continua avançando e ameaçando um bioma que cobre 25% do território brasileiro. 

Desleixo -  A proposta mais avançada que prevê inclusão do Cerrado e da Caatinga na Constituição foi apresentada em 2010 pelo então senador Demóstenes Torres (DEM-GO). No texto, ele argumentou que, em relação às áreas protegidas, o legislador buscou “enfatizar a importância desses biomas e assegurar tratamento diferenciado no tocante a sua utilização, coibindo práticas predatórias na exploração dos recursos naturais”. O texto passou pelo Senado e foi encaminhado à Câmara, onde está engavetado.

Jabuti na linha -  Já se passaram duas semanas e a Câmara dos Deputados ainda não votou o PL do projeto do governo chamado Mover, que estabelece os parâmetros da política pública para a nova indústria automobilística com combustíveis renováveis. O impasse ocorre por causa do “jabuti” colocado no projeto que retorna a taxação de importação do e-commerce de compras de até US$ 50 para proteger a indústria brasileira.

Contra ou a favor? -  É grande a controvérsia no tema. A indústria nacional e o ministro Fernando Haddad são a favor da taxação. Mas há defensores da isenção, como a primeira-dama, Janja, além das grandes empresas varejistas globais, como a Shein. A oposição, por sua vez, é favor da taxação. Mas não quer deixar o PT votar contra a isenção e aparecer junto à sociedade como “defensor” do consumidor. E a novela continua.

Tarcísio é o candidato natural da direita em 2026 - Homem forte do governo Romeu Zema (Novo), o vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus (Novo), diz que a preferência para ser o candidato da direita em 2026 é do paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos). "O candidato natural da direita para 2026 é o Tarcísio. A gente sabe disso e não tem interesse em fazer essa discussão nesse momento. Se, por uma circunstância, o Tarcísio não for candidato, aí é um debate que se abre neste campo. Mas estamos falando de uma questão que só vai ser colocada no final de 2025", afirma Mateus.

Palco político no RS se intensifica - Cerca de 15 dias após o Rio Grande do Sul declarar estado de calamidade pública em decorrência das chuvas e das enchentes, dois filhos de Jair Bolsonaro (PL) chegaram ao estado e rechearam suas redes sociais e a de aliados com vídeos dos locais que visitaram. A movimentação, que foi postada também nas contas do ex-presidente —ele saiu nesta sexta-feira (17) de uma internação hospitalar— engrossa o caldo de politização na região, cujo capítulo mais recente foi a indicação por Lula (PT) de seu chefe da Comunicação Social, Paulo Pimenta, para ministro extraordinário da reconstrução do Rio Grande do Sul. Até então, os integrantes da família Bolsonaro estavam se limitando a atacar nas redes sociais a resposta do governo Lula à tragédia. Se a nomeação de Pimenta —ativo antibolsonarista e cotado para disputar o governo do estado em 2026— gerou críticas na oposição, a ida dos filhos de Bolsonaro foi alvo de ataques no PT. Segundo o partido, a ida do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) e o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem o objetivo de fazer vídeos para redes sociais. 

Bônus a juízes compromete serviços essenciais -  A proposta que cria um bônus salarial para juízes e integrantes do Ministério Público, a chamada PEC do Quinquênio, contraria princípios da Constituição, representa um risco para a entrega de serviços essenciais à população e pode fazer com que Estados descumpram a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ao estourar o limite de gastos com pessoal, de acordo com nota da Consultoria do Senado a que o Estadão teve acesso.  A proposta que cria um bônus salarial para juízes e integrantes do Ministério Público, a chamada PEC do Quinquênio, contraria princípios da Constituição, representa um risco para a entrega de serviços essenciais à população e pode fazer com que Estados descumpram a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ao estourar o limite de gastos com pessoal, de acordo com nota da Consultoria do Senado a que o Estadão teve acesso. O “penduricalho” foi estendido para outras categorias quando o texto passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, em abril, incluindo ministros e conselheiros dos tribunais de contas, advogados públicos, defensores públicos e delegados da Polícia Federal. De acordo com a consultoria do Senado, a aprovação da proposta representará um aumento de R$ 82 bilhões nas despesas do setor público em três anos: R$ 25,8 bilhões em 2024, R$ 27,2 bilhões em 2025 e R$ 28,6 bilhões em 2026, somando União, Estados e municípios. O cálculo considera todas as categorias aprovadas no texto da CCJ. O valor de 2024 simula a vigência do benefício para o ano todo.