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Economia

Milei ressuscita financiamento imobiliário e bancos lotam

Durante anos, o mercado imobiliário da Argentina foi castigado por controles cambiais e taxas de juro entre as mais elevadas do mundo

As reduções de juros desde que o presidente Javier Milei assumiu o poder e a aposta de que ele será capaz de domar a inflação estão ressuscitando o financiamento imobiliário de um sono profundo de seis anos e os argentinos agora fazem filas nos bancos para solicitar empréstimos.

“As pessoas estão muito ansiosas, as consultas congestionam nossos canais de comunicação e estamos sobrecarregados”, disse em entrevista Daniel Tillard, presidente do Banco Nación, maior credor estatal do país. O banco anunciou que desembolsará cerca de US$ 4 bilhões para financiamento imobiliário nos próximos quatro anos a 40 mil potenciais mutuários.

Durante anos, o mercado imobiliário da Argentina foi castigado por controles cambiais e taxas de juro entre as mais elevadas do mundo. As vendas de imóveis com financiamento, especialmente na capital, despencaram desde 2018, segundo a associação de notários de Buenos Aires.

“A Argentina é o único país do mundo onde as pessoas podem comprar um liquidificador em 12 vezes sem juros, mas adquirem uma casa com um saco de dinheiro”, disse Gaston Rossi, diretor do Banco Ciudad, em Buenos Aires.

Alguns dos maiores bancos privados e estatais do país afirmaram nas últimas semanas que começarão a oferecer empréstimos imobiliários a taxas de juros entre 3,5% e 8,5%, mais um índice de inflação, que disparou para 288% em março. O valor máximo do empréstimo oferecido pelos bancos é de aproximadamente US$ 250 mil, com prazo de até 30 anos.

Os argentinos não se intimidam com as taxas elevadas que terão de pagar, apostando que Milei conseguirá conter a inflação. Até sexta-feira (10), o Banco Ciudad já havia recebido pelo menos 11 mil pedidos formais de empréstimos de seus clientes desde que o financiamento foi lançado em 29 de abril, disse Rossi.

“Nunca tive que esperar tanto, as pessoas não conseguiam sentar e lotavam os corredores”, disse Santiago Martellono, que visitou uma das agências do Banco Ciudad na segunda-feira (13) depois que o credor anunciou que iria conceder os empréstimos.

Martellono, um advogado de 28 anos, acrescentou que seus amigos também começaram a manifestar interesse. “Eles não veem outra maneira de comprar uma casa neste país no futuro a não ser com um empréstimo”, disse ele.

Um número crescente de bancos argentinos está disposto a satisfazer essa demanda crescente. O Banco Santander Rio pretende começar a oferecer financiamento imobiliário este mês, e o Banco Macro começou a oferecer empréstimos de até 20 anos na segunda-feira. Representantes do Banco de Galicia e do BBVA Argentina não quiseram comentar.

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