Dica de Destaque

[Review] A cura (1995) - Divagando Sempre

 

Ano de lançamento 1995

Duração 1h 37m

Direção Peter Horton

Elenco Brad Renfro (Erik), Joseph Mazzelo (Dexter), Annabella Sciorra (Linda), Diana Scarwid (Gail)



Trailer 




DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA 

Erik é um garoto solitário que vive com a mãe, divorciada, trabalha o dia inteiro deixando o filho sozinho. Se não bastasse isso, seu novo vizinho é soropositivo, e sem conhecê-lo Erik tem preconceitos pelo o que os outros falam dele. 

No entanto, uma tarde brincando em seu quintal, ele escuta seu vizinho do outro lado da cerca e pede para ele ir embora, porque não quer pegar a doença dele. Seu vizinho diz que não se pega pelo ar, ainda assim Erik não quer se aproximar. Mas, sua solidão o convence a ultrapassar a cerca e conhecer seu vizinho. 

É um garoto pequeno de 11 anos e parece inofensivo. Começam a conversar e brincar e logo se tornam melhores amigos. Erik conhece a mãe de Dexter, seu novo amigo e passa então a maior parte do tempo com ele e sua mãe. Erik vê o sofrimento da mãe dele e como ela trata o filho diferente com muito amor, ao contrário de sua mãe e quando ele descobre que um médico em Nova Orleans descobriu a cura para a AIDS, ele convence Dexter a fugir com ele e irem para lá. Principalmente depois que sua mãe descobriu que mantinha amizade com Dexter e iria mandá-lo para um acampamento de férias. 

No entanto, no meio da aventura Erik percebe que Dexter não vai aguentar a longa viagem e telefona para a mãe dele e Dexter acaba sendo internado. Eles descobrem então que a cura de Nova Orleans era falsa.














Minhas divagações finais 

Nossa, eu vi muito esse filme na sessão da tarde, mas fazia tempo não me lembrava dele. Que nostalgia. Esse filme saiu na época em que a AIDS era assunto do momento, uma nova doença, sem cura aparente e transmissível pelo contato com o sangue. Como tudo quando é desconhecido, os contaminados sofriam muito preconceito. Principalmente porque os homens que pegavam, geralmente eram homossexuais, por isso no início os meninos provocavam Erik o chamando de bicha por ter um vizinho contaminado. 

Mas Dexter sendo criança, obviamente não pegou por ser gay. E Erik vendo que ele era uma criança "normal", se tornam melhores amigos. Tanto que ele tenta todas as formas para encontrar uma cura para o amigo, isso inclui tomar chá de qualquer planta que encontrassem até viajar quilômetros atrás da cura. 

Esses filmes antigos eram maravilhosos. Onde hoje em dia você vê crianças brincando no quintal? Erik tinha uma inocência tão linda, primeiro com as folhas achando que curaria Dexter, depois viajando para Nova Orleans para encontrar o médico que supostamente tinha encontrado a cura, ou quando Dexter acordou assustado no meio da viagem e Erik lhe disse para dormir com seu tênis, que ao acordar e ver o tênis do amigo, lembraria que estaria seguro e o amigo ao lado. Isso tem um significado lindo no final. 

Mas com certeza a melhor parte foi a mãe de Dexter dando uma lição na mãe do Erik. Eu não sabia se chorava ou se ria de satisfação, porque a mãe do Erik merecia mesmo esse sacode na vida dela. Tão mesquinha e preconceituosa. Enquanto seu filho estava lá, dando esperança e amor para alguém debilitado. Eu amava esse filme, sempre que passava na TV eu assistia. E esse com certeza é um dos clássicos que não muda com a passagem do tempo. 

Tenho o costume de ver os atores, ainda mais de filme antigo e com crianças, de ver como ficaram e tamanha foi minha surpresa e muita tristeza também em ver que o ator que fez o Erik, Brad Renfro, faleceu por overdose aos 25 anos. 

O filme explora a solidão, o medo do desconhecido, a amizade, o amor. De tanto sua mãe insistir para Erik sair e fazer amigos, ele fez justo com alguém que a mãe não aprovava. E quando eles fugiram, só caiu a ficha de Dexter sobre a gravidade de sua doença, quando enfrentaram um sujeito e ele disse que tinha AIDS e que seu sangue era venenoso. Dexter então, vendo o medo do sujeito, compreendeu naquela hora o quão grave e assustador era sua doença. Ainda assim, Erik permaneceu ao seu lado, o protegendo e cuidando dele. 

Não há palavras para descrever o quão bom é esse filme. Super recomendo. 

Nota 10/10

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