'O que não falta ao Brasil são legislações; falta mesmo é dinheiro', afirma Prefeito de Porto Alegre em entrevista ao JN | Jornal Nacional | G1

Oferecido por


JN entrevista prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo

JN entrevista prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo

Conosco, ao vivo, o prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo, prefeito obrigado pela sua presença. Nós mostramos no Jornal Nacional que o rio Taquari subiu seis metros em 24 horas essa água está vindo . Queria saber quais são os planos da prefeitura pras próximas 48 horas aqui em Porto Alegre.

Prefeito Sebastião Melo: Bonner, minhas primeiras palavras são de agradecimento a esse voluntariado começando pela Unisinios, as outras universidades, outras parcerias, e se não fosse esse voluntariado nós não teríamos salvado tanta gente de acolhido, tanta gente pelo Rio Grande inteiro, especialmente na nossa capital. Olha, quando chove muito no Rio Grande do Sul, Porto Alegre é atingido duplamente pelas chuvas da cidade e pelas chuvas que vêm de quatro rios da cabeceira durante o seu curso. E esses rios são abastecidos por dezenas de outros rios também. E nós estamos aqui, né? Reforçamos todo o nosso trabalho da defesa civil, os nossos abrigos, o rio pode voltar a subir. Tem uma previsão de chuva que, às vezes, pode variar aqui e acolá. Porto Alegre vai chover menos, mas em algumas regiões, a serra a chance de chover é o maior. E isso está afeta diretamente aqui na Guaíba. E se o vento não ajudar na lagoa, pra onde escorre a água e depois pro mar, bom, aí tem o segundo problema. Mas estamos trabalhando muito pra manter quase quinze mil abrigados aqui na cidade.

Bonner: Mas há algum reforço na estrutura que a prefeitura montou pra essas próximas 48 horas, porque está vindo a água pro Guaíba, que caiu lá em cima no Taquari.

Prefeito Sebastião Melo: Nessas regiões. Mais alagadas, seja do quarto distrito, da grande região da cidade, também da zona norte, praticamente todas as pessoas foram resgatadas. Mas nós temos ainda um reforço de três mil vagas nos nossos abrigos. Se for necessário, nós podemos acolher ainda mais, porque aqui também, nós estamos acolhendo irmãos nossos da Grande Portugal, por exemplo, só do lado sul, acolhemos mais de três mil pessoas. Adoram, tem fronteira. Então, se for necessário, teremos cobertores, teremos colchões, e estamos com cento e cinquenta e dois abrigos nesse momento, mas sempre tem mais um parceiro, uma parceira de escola, de uma universidade, das igrejas, das pessoas individuais que têm socorrido, fundamentalmente, desse processo dolorido no nosso Rio Grande.

Bonner: Prefeito, ao longo dos últimos dias, o Brasil testemunhou a dificuldade de Porto Alegre para escoar a água da inundação porque bombas foram desligadas. Essa enchente é uma enchente histórica, como nós mostramos, superou de 1941. Pergunta que eu queria lhe fazer é a seguinte, qual é o aprendizado que esta enchente terrível deixa para a prefeitura de Porto Alegre?

Prefeito Sebastião Melo: Bom, até então, a maior enchente foi de 41 e era uma outra cidade, era uma outra população. Esse sistema de proteção de diques, "muro da Mauá", nasceu na década de 60, final da década de 60, 70. Mas o grande teste, nós passamos por muitos testes aqui, mas também nunca tinha chovido como choveu. Então, nós podemos revisitar tudo, revisitar a casa de bombas, revisitar o "Muro da Mauá", os portões, com novas tecnologias, não vacinar, todos os instrumentos que hoje o mundo oferece para essas questões de desastre.

Prefeito Sebastião Melo: Algo ligado à legislação ambiental em vista da prefeitura. Nessa situação. Olha, veja bem, o que não falta ao Brasil são legislações, né? O que falta mesmo é dinheiro. Por exemplo, vamos começar pelos desabrigados. O crescimento desordenado de todas as cidades brasileiras é que lembra esse flagelamento. Essas pessoas que estão acolhidas e tantas outras que não estão nesses abrigos, que estão na casa dos amigos, os amigos, nunca deveriam morar aonde moram, mas não foi dado a elas a oportunidade de morar em lugar diferente. Então, nessa reconstrução da cidade, porque pra mim essa dor desse momento, mas não a comunhão de esforço voluntariado, a parte mais difícil é quando baixar as águas e as pessoas precisam voltar pra algum lugar, e elas não podem voltar quando elas estavam. Então, acho que é um conjunto de medidas, agora é sofrer a cidade, acolher e fazer com que a cidade funcione minimamente com água, com energia, com remédio e baixar as águas. Já tem seis bombas funcionando nesse momento, seis a sete, das vinte três, estão trabalhando diariamente para poder retomar novas bombas para que você possa diminuir a água que está espalhada por dezenas de bairros da cidade.

Bonner: Prefeito Sebastião Melo, muito obrigada pela sua participação, pelo seu esclarecimento ao vivo no Jornal Nacional.

Ouça:

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!