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Economia

BNA decide hoje política monetária de curto prazo

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) encerra, hoje, uma reunião de dois dias, realizada para decidir a política monetária e cambial dos próximos dois meses, no espectro do que aparenta ser uma escalada da inflação.

17/05/2024  Última atualização 13H05
CPM encerra reunião realizada para definir o curso dos juros © Fotografia por: vigas da purificação | edições novembro

Na última reunião, realizada em meados de Março com base na evolução da economia nacional e internacional nos dois meses precedentes, o CPM elevou os juros, explicando a decisão com a "persistência de pressões inflacionistas na economia" e a necessidade de contribuir para o controlo da liquidez em circulação.

Naquela ocasião, o BNA aumentou a taxa directora de juro de 18 para 19 por cento, a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez de 18,5 para 19,5 por cento e da taxa de juro de absorção de liquidez de 17,5 para 18,5 por cento.

Com a escalada dos indicadores mensais da inflação a revelarem tendência crescente, passando de 2,54 por cento no mês de Março, para 2,61, em Abril, a taxa homóloga (a 12 meses) acelerou, nesse último mês de forma significativa, situando-se em 28,20 por cento, a maior desde 2021.

Apesar destas preocupações a condução da política monetária parece não estar inclinada para novos aumentos dos juros, algo que se pode depreender das palavras em Março proferidas pelo governador do BNA, Manuel Tiago Dias, na conferência da apresentação dos resultados da reunião do CPM.

Naquela altura, Manuel Tiago Dias declarou expectativas da redução das taxas mensais a partir do segundo semestre, para níveis inferiores aos verificados no ano passado, dando lugar a uma tendência de desaceleração homóloga que conduz à previsão de uma inflação de 19 por cento no final do ano. 

Nessa mesma ocasião, o governador destacou a pressão da classe da "Alimentação e bebida não alcoólicas", que representou cerca de 70 por cento da inflação observada nos meses de Fevereiro e Março, o que é atribuído à redução da oferta dos produtos de amplo consumo, tendo em conta a queda das importações de -18,6 por cento em Fevereiro e a insuficiência da produção interna.

"A nossa expectativa é que rapidamente se corrija o desequilibro entre oferta e procura", disse Manuel Tiago Dias, notando que a produção interna de bens está muito abaixo da taxa de crescimento da população e não tem sido compensada pelas importações. "Precisamos de encontrar mecanismos para que se corrijam estes desequilíbrios", reforçou.

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