Em Rio Grande (RS), cheia da Lagoa dos Patos deixa ruas alagadas | Jornal Nacional | G1

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Em Rio Grande (RS), cheia da Lagoa dos Patos deixa ruas alagadas

Em Rio Grande (RS), cheia da Lagoa dos Patos deixa ruas alagadas

No sul gaúcho, as águas invadiram cidades. Nas ruas de Rio Grande as cenas são de alagamento. A cidade tem o maior número de pescadores no Rio Grande do Sul e um dos maiores portos do Brasil. Agora, tem a água como desafio.

Para sair da Lagoa dos Patos e chegar ao mar, o fluxo passa pelos Molhes da Barra - uma obra feita há mais de 100 anos. É uma estrutura de pedras de 4 km de extensão que forma uma espécie de canal que protege a saída dos navios do porto da cidade. São menos de 800 m de largura para escoar o que caiu dos céus em tão pouco tempo. Apesar de nenhum órgão ter confirmado que a cheia superou a marca histórica de 1941, o volume de água provoca cenas impressionantes.

"Nunca, nunca existiu água até aqui. Sempre foi até ali, do lado de lá, do outro lado da rua, mas aqui nesse ponto que ela está nunca subiu, primeira vez", diz a aposentada Maria Aparecida Francisco.

Para levar alívio à população de Rio Grande e de outras partes do estado, navios da Marinha atracaram nesta sexta-feira (10) no porto, levando artigos de higiene pessoal e 41 mil litros de água potável.

Em Pelotas, a situação também é dramática. A água foi invadindo as ruas durante a madrugada. Nesta sexta, o aposentado Sérgio Augusto Pereira foi olhar como estava a casa dele, mas só conseguiu sair de lá com ajuda.

"Vim ver a minha casa hoje de manhã, porque anteontem eu estive e tinha uma lâmina de água, tranquilo, tudo sequinho. De ontem para hoje, quando eu cheguei 8h e pouco já tinha uma lâmina de água no meu pátio. Aí eu já olhei para a porta de entrada, eu vi que a porta já estava bem molhada, uma altura boa, digo: 'Tá, entrou na casa, está tudo dançando lá dentro'", diz ele.

Era mais ou menos meio-dia quando voltou a chover em Pelotas. Era possível ver a dimensão do nível da Lagoa dos Patos subindo na Praia do Laranjal. Também é possível ver que a água já tomou conta das casas - as pessoas saíram, estão saindo aos poucos, porque todas as previsões se confirmaram. Pescadores deixaram a casa com a água já avançando.

1,4 mil pessoas estão desalojadas. Um terço da população de Pelotas está em área de risco, segundo a prefeitura. A Justiça acolheu o pedido do Ministério Público do estado e autorizou a remoção compulsória de quem não quer sair dessas regiões.

“Tem que sair, não deixa para última hora porque complica. Se deixar para última hora, acumula e o pessoal não tem como resgatar”, explica o funcionário público Marcelo as Silva Carvalhal.

Ruas de São Lourenço do Sul (RS) também estão alagadas

Em São Lourenço do Sul, a situação é muito semelhante a Pelotas e Rio Grande. As ruas estão inundadas. No bairro Balneário, a prefeitura estima que 80% das ruas estejam nessa situação com muita água.

Isso acontece porque de quinta (9) para sexta (10) houve um aumento substancial no nível da água da Lagoa dos Patos. Esse aumento foi de 30 centímetros. Na quinta, o nível da água estava em 2,38 metros. Nesta sexta, está em 2,68 metros.

1,6 mil famílias já deixaram suas casas atendendo a recomendação das autoridades e 157 pessoas estão distribuídas em quatro abrigos. A atenção no momento é a falta de alimento. Precisa de comida para as pessoas que estão nos abrigos. E a tendência da noite é a água aumentar ainda mais.

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