Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a Terra enfrentou a mais severa tempestade solar dos últimos 20 anos no fim de semana. O fenômeno provocou auroras boreais (ao norte) e austrais (ao sul) incomuns – chegando, inclusive, até a fronteira do Brasil, de acordo com a plataforma de meteorologia MetSul.

O que você vai ler aqui:

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  • Explosões violentas em um agrupamento de manchas no Sol ejetaram jatos de plasma em direção à Terra na última semana;
  • Foram cinco erupções de grau máximo e dezenas de outras de grau moderado, apenas em uma única região ativa, AR3664;
  • Esta região já tem mais de 15 vezes o tamanho da Terra;
  • Alguns dos jatos ejetados foram canibais, ou seja, se fundiram uns com os outros;
  • O campo magnético do nosso planeta foi atingido e perturbado por esse material no fim de semana;
  • Como efeito do evento extremo, houve uma tempestade geomagnética de classe G4, considerada severa em uma escala que vai de G1 a G5.
  • Em razão disso, sistemas de comunicação via rádio e GPS foram interrompidos;
  • Além disso, exibições de aurora fora do comum ocorreram ao sul (aurora austral) e ao norte (aurora boreal) do globo;
  • Algumas foram vistas na região da fronteira com o Chuí, extremo sul do Brasil, e causaram espanto em cidades na Argentina, Chile e Uruguai.
Agrupamento de manchas solares AR3664 tem a largura 15 vezes maior que a Terra. Crédito: Philip Smith via Spaceweather.com

Lançada no início da semana, a primeira de várias ejeções de massa coronal (CME) – denominação formal para os jatos de plasma solar disparados pelas explosões na estrela – alcançou a Terra na sexta-feira (10). 

Esse tipo de evento é classificado em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior.

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Na noite de sábado (11), a mancha solar AR3664 produziu uma erupção de classe X5.8 – a sexta de uma sequência de explosões de grau mais forte em um intervalo de uma semana. Antes desta, veio uma X4.0, precedida de uma X4.5, duas X1.2 e uma X1.6.

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Como consequência dessa sucessão de explosões no Sol, a Terra sofreu a maior tempestade geomagnética desde 2005, causando apagões e danos na infraestrutura energética em diversas partes do mundo, além das auroras. É esperado que mais CMEs atinjam o planeta nos próximos dias.

Auroras chegam perto do Brasil

Na América do Sul, auroras austrais são raríssimas e as poucas vezes em que aparecem é em Ushuaia, na Argentina, onde, no domingo (12), o céu noturno ficou cor de rosa e vermelho em razão da tempestade geomagnética extrema.

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No entanto, desta vez, as luzes coloridas não apareceram apenas em Ushuaia. Elas foram vistas em vários locais do sul do Chile e em diversas províncias argentinas, mesmo do oeste (próximo aos Andes), centro e do norte do país, como a capital Buenos Aires, Córdoba, San Luis e Santiago del Estero.

Segundo o MetSul, o mais notável é que as auroras puderam ser vistas de diferentes pontos do Uruguai, mas não apenas no sul, em Montevidéu. O fenômeno também foi registrado no balneário de Punta del Diablo, que fica a apenas 44 km do Rio Grande do Sul, no Brasil.

A previsão é que a atividade solar siga enorme nos próximos dias com novas aparições amplas das auroras. No entanto, é difícil dizer se será com a mesma intensidade e abrangência da última noite. 

A maior tempestade solar registrada até hoje foi o “Evento de Carrington”, de 1859, que destruiu a rede telegráfica nos EUA, provocou descargas elétricas e auroras visíveis em latitudes inéditas, como no Caribe. Hoje em dia, um evento dessa grandiosidade seria desastroso, comprometendo equipamentos elétricos e a internet no mundo inteiro.