Crise no RS reforça necessidade de consolidação fiscal no Brasil, diz Moody’s | Blogs CNN | CNN Brasil
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    Thais Herédia

    Thais Herédia

    Passou pelos principais canais de jornalismo do país. Foi assessora de imprensa do Banco Central e do Grupo Carrefour. Eleita em 2023 a Jornalista Mais Admirada na categoria Economia do Jornalistas & Cia.

    Crise no RS reforça necessidade de consolidação fiscal no Brasil, diz Moody’s

    Analista da agência alerta para piora nas contas públicas com ajuda ao estado gaúcho

    Crise no RS reforça necessidade de consolidação fiscal no Brasil, diz Moody’s
    Crise no RS reforça necessidade de consolidação fiscal no Brasil, diz Moody’s

    A agência de risco Moody’s disse que a ajuda com recursos federais ao Rio Grande do Sul impõe desafio maior às metas fiscais do Brasil.

    Em entrevista exclusiva à CNN, Samar Maziad, vice-presidente e analista sênior da Moody’s, afirma que o desastre no estado provocado pelas chuvas intensas e alagamentos acende alerta sobre as contas públicas do país.

    “O desastre no Rio Grande do Sul reforça a necessidade de consolidação fiscal no país. As despesas de emergência vão testar a capacidade do governo de atender às necessidades de despesas adicionais para ajudar o estado”, disse.

    Nesta segunda-feira (13), a agência de classificação de risco elevou a previsão de déficit de 0,5% para 0,75% do PIB, com viés de alta. O déficit nominal, que considera o pagamento dos juros da dívida pública, também deve ser maior, de 6,7%, acima dos 6,2% previstos anteriormente.

    “Nós estamos sendo conservadores porque ainda não sabemos qual será a necessidade de despesas adicionais com o Rio Grande do Sul. A dúvida [sobre a situação fiscal] é sobre como o Brasil vai conseguir reverter a deterioração das contas públicas”, alerta Samar Maziad.

    No dia 1º de maio, a Moody’s melhorou a perspectiva da nota de risco do Brasil de estável para positiva. Foi a primeira alteração positiva desde 2018 e alimentou esperanças de que o país pode voltar mais rápido ao grau de investimento perdido em 2015.

    Maziad disse à CNN que a mudança foi feita levando em conta a aprovação de medidas que aumentam a receita com impostos e o crescimento da economia, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido.

    “O país tem um novo arcabouço fiscal que ainda não está sendo operando totalmente. A credibilidade está sendo construída. As revisões da meta fiscal feitas pelo governo levantaram questões sobre o comprometimento do governo com a consolidação fiscal do país”, ressalva a analista da Moody’s.

    Sobre os impactos da crise no Rio Grande do Sul na economia brasileira, Samar Maziad espera alta da inflação em função dos preços dos alimentos, que devem aumentar diante da quebra de safras e problemas com escoamento da produção da região sul do país.