BCE diz que corte de juros pode ocorrer em junho, sem garantia de redução em julho | CNN Brasil
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    BCE diz que corte de juros pode ocorrer em junho, sem garantia de redução em julho

    Dirigente do Banco diz ser necessário mais progresso na queda da inflação doméstica

    Sede do BCE em Frankfurt
    Sede do BCE em Frankfurt 16/03/2023 - REUTERS/Heiko Becker/File Photo

    Laís Adriana, do Estadão Conteúdo

    A dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel, afirmou que um corte de juros em junho pode ser apropriado, dependendo dos próximos dados e projeções da zona do euro.

    Contudo, o cenário atual não garante outra redução em julho e exige postura “cautelosa” até que os dirigentes tenham certeza de que a inflação alcançará a meta de 2% em 2025, alertou.

    “É muito cedo para dizer o que vai acontecer com a atividade econômica e não podemos nos comprometer previamente com nenhuma trajetória específica de juros”, disse Schnabel, em entrevista ao jornal japonês Nikkei, reproduzida nesta sexta-feira pelo site do BCE.

    De acordo com a dirigente, é necessário mais progresso na queda da inflação doméstica, que tem demonstrado persistência.

    Para ela, o processo de desinflação está lento e parece “preso” aos efeitos secundários de pressões inflacionárias, ampliando a incerteza sobre o cenário econômico.

    Schnabel defende que, ao invés de se comprometerem com uma trajetória de juros neste momento, os dirigentes adotem uma abordagem de múltiplos cenários. Se o avanço salarial desacelerar e a produtividade absorver os custos, o BCE poderá gradualmente reduzir as taxas de juros.

    Porém, se os dados não confirmarem um relaxamento do mercado de trabalho ou se houver novos choques na oferta, o banco central terá que ser mais cauteloso e adiar o prazo para o retorno da inflação à meta.

    A dirigente defendeu haver espaço de tempo “suficiente para analisar a recuperação da economia” e que o desafio para o BCE será decidir a partir de que ponto os juros poderão deixar o nível restritivo.

    Ela também argumenta que “não é apropriado mudar a meta” de inflação em 2% neste momento para evitar danos a credibilidade do banco central.

    Em relação aos riscos para a economia, Schnabel acredita que as tensões geopolíticas tiveram impacto nulo e não vê possíveis efeitos da “narrativa de divergência” entre os juros do BCE e do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre a economia da zona do euro.

    No entanto, “a fragmentação geopolítica representaria riscos de alta para a inflação no longo prazo, reduzindo a eficiência e a confiabilidade das cadeias de suprimentos globais”, apontou.