Você a usa diariamente em várias palavras, mas talvez tenha se perguntado em algum momento por que a letra “h” não tem som ou por que ela existe dentro do nosso alfabeto.
Antes da explicação do porquê a letra “h” permanece no nosso alfabeto e em várias palavras ela é muda, é necessário entender que o “h” originalmente tinha um som específico no latim, que é a língua de onde muitos idiomas modernos, incluindo o português, se originaram.
Com o tempo, embora as pessoas tenham deixado de pronunciar o som do “h” nas palavras, a letra continuou a ser escrita. Isso aconteceu porque ela faz parte da origem etimológica das palavras, ou seja, a história e a formação delas desde o latim até os dias atuais.
Assim, o “h” permanece em muitas palavras como um registro de sua origem histórica, mesmo que não pronunciemos mais seu som.
Até então, o som da letra “h” era similar ao da letra “r”, como em raso ou “riso”. A mudança para o “h” se deve a que os falantes soltavam muito ar pela boca ao pronunciar a letra. Com o tempo, ela perdeu o uso ainda durante o império Romano.
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A letra “h” encontrou novas formas de ser útil ao se combinar com outras letras para criar os dígrafos “ch”, “nh” e “lh” em português, que são duas letras juntas que representam um único som.
Em outras línguas que também vêm do latim, como o italiano, o “H” tem papéis diferentes. Por exemplo, ele é usado para diferenciar palavras que soam iguais, mas têm significados diferentes, como “anno” (ano) e “hanno” (vem do verbo havere, que significa “ter”, usado na terceira pessoa do plural).
No italiano, o “H” também ajuda a distinguir como certas sílabas são pronunciadas. Por exemplo, “chi” e “ghi” soam como “qui” e “gui”, enquanto “ci” e “gi” soam como “tchi” e “dji”. Curiosamente, muitas palavras que em português têm “h”, como “harmonia” ou “hospital”, não têm essa letra em italiano, onde se escrevem “armonia” e “ospedale”.
Já no inglês, o uso do “h” evoluiu de forma diferente. Muitas palavras latinas que tinham o “h” mudo no século 19 voltaram a ser pronunciadas com o “h” audível no século 20, dependendo do sotaque da pessoa que fala.
Origem da letra “h”
A letra “h”, segundo a Wikipédia, tem uma origem que remonta aos antigos egípcios, que a representavam inicialmente através de um hieróglifo que parecia uma peneira. Milhares de anos mais tarde, os sumérios começaram a usar essa mesma representação para indicar um som gutural.
Os fenícios, vendo que o desenho lembrava uma cerca, chamaram-na de “heth”. Já por volta de 900 a.C., os gregos adaptaram essa letra ao seu alfabeto, mas como não pronunciavam a parte inicial do som, simplificaram seu nome para “êta”, e o formato já se parecia muito com o “H” que usamos hoje.
No que diz respeito à sua função linguística, o “h” é bastante peculiar. Ele não é considerado nem consoante nem vogal tradicional, porque não produz som por si só, e por isso, não forma fonemas.
Em termos técnicos, é classificado como uma letra diacrítica em português, usada principalmente como parte de dígrafos, como em “ch” (chave), “lh” (palha), e “nh” (manhã). Além disso, ele aparece no início e no fim de interjeições para indicar um acento de aspiração, como em “ah!” ou “oh!”.
O “h” também é preservado em palavras que têm raízes profundas em sua etimologia, como “hoje”, “homem” e “hora”. Nos termos compostos, o “H” se mantém quando as palavras são conectadas por hífen, como em “anti-histamínico” e “pré-histórico”. No entanto, em palavras compostas sem hífen, como “desarmonia” ou “desumano”, a letra “H” não aparece.
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