O MIRANTE | Luís Outeiro: “em Portugal é impossível viver do motocross”
Desporto | 11-05-2024 18:00

Luís Outeiro: “em Portugal é impossível viver do motocross”

Luís Outeiro: “em Portugal é impossível viver do motocross”
Luís Outeiro fez-se o campeão nacional de motocross mais novo de sempre em Mx2, Portugal

O piloto de motocross Luís Outeiro, natural de Alqueidão, Torres Novas, é o campeão nacional de Mx1 e Mx2 mais novo de sempre. O jovem lamenta que em Portugal seja impossível viver do motocross, o que condiciona o seu futuro na modalidade.

Luís Outeiro, de 20 anos, tornou-se o campeão nacional de motocross mais novo de sempre em Mx2, em 2018, e voltou a repetir a proeza em 2022, na classe Mx1. Em 2020 foi também o vice-campeão da categoria de Elite mais novo da história do motocross português. Aos 15 anos, representou a selecção portuguesa no Motocross das Nações na Holanda, tornando-se o piloto português e europeu mais novo a representar uma selecção. Além de Portugal, já participou em provas na Holanda, Bélgica, Inglaterra, Espanha, França e Estados Unidos da América.
Foi em Alqueidão, concelho de Torres Novas, onde ainda reside, que aprendeu a andar de mota aos dois anos com o pai quando chegava do trabalho, juntamente com o padrinho e um vizinho que também eram entusiastas das motas. O apoio da família e dos amigos foi crucial e aos três anos teve a primeira mota. A sua estreia aconteceu aos seis anos no Campeonato das Regiões que se realizou em Alqueidão. Aos dez, ingressou numa equipa onde teve orientação de um piloto experiente, que passou a gerir o treino físico e técnico na altura.
O gosto pelas motas é o que o move no motocross, assim como o desafio e a adrenalina das corridas. Actualmente tem de conciliar a sua paixão com os estudos de mecatrónica em Torres Novas, mas nem sempre é fácil, sobretudo durante provas europeias. Em Portugal é impossível viver do motocross devido aos custos de deslocação e manutenção da mota e os poucos apoios que tem. Utiliza o dinheiro que ganha nas corridas e conta com apoio dos patrocínios que tem para cobrir as despesas, ao contrário do que acontece em países como Espanha, onde a modalidade é mais valorizada e os apoios são maiores. “Alcançar um primeiro lugar chega quase só para um mês de despesas com combustível”, sublinha.
As lesões que já sofreu, principalmente na clavícula e no joelho, são ossos do ofício que a prática da modalidade envolve. No entanto, a exigência, dinheiro e responsabilidade que o motocross exige ajudou a que Luís Outeiro crescesse mais rápido e ganhasse uma maior maturidade comparando com os jovens da sua idade.
Luís Outeiro quer continuar a evoluir e participar em mais corridas fora do país, na esperança que uma equipa europeia veja os resultados do piloto. No entanto, o futuro é incerto, pois quando terminar os estudos ainda não sabe se fará um ano de pausa para se dedicar ao desporto ou terá de entrar no mercado de trabalho, o que implicaria praticar menos durante a semana e comprometer a ida a algumas provas.

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