Moody's deixa tudo inalterado na notação da dívida portuguesa
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Moody’s deixa tudo inalterado na notação da dívida portuguesa

Os títulos de dívida pública mantêm assim uma notação de ‘A3’ e perspetivas ‘estáveis’, isto após a melhoria de rating pela agência de notação norte-americana no final do ano passado.
17 Maio 2024, 22h35

A Moody’s manteve esta sexta-feira a notação da dívida pública portuguesa inalterada, tal como as perspetivas económicas, que assim permanecem no nível ‘A3’ com um outlook ‘estável’. O mercado antecipava precisamente este cenário, isto após a melhoria de rating de novembro passado.

A melhoria do rácio de dívida pública abaixo dos 100% e novo excedente orçamental, o mais elevado na democracia portuguesa, chegaram a gerar alguma expectativa sobre uma possível subida das perspetivas para ‘positivas’, cenário que acabou por não se confirmar. Por outro lado, a instabilidade e incerteza governativa, sobretudo pela falta de uma maioria parlamentar, não afetaram a credibilidade financeira do país por enquanto.

Em comunicado a agência afirma que a perspetiva ‘estável’ reflete a sua opinião de que “os riscos para o perfil de crédito de Portugal no nível de notação A3 estão equilibrados”.

Tendências mais positivas na força económica e fiscal do que a Moody’s espera actualmente são contrabalançadas com “evidências recentes de riscos políticos”.

 A Moody’s refere-se ao facto de as eleições antecipadas em Março de 2024 não terem resultado numa maioria governamental clara e considera que os “riscos de novas eleições antecipadas no final de 2024 são elevados”.

“As notações de Portugal, incluindo as notações de emitente de longo prazo A3, são apoiadas pela sua economia competitiva e diversificada, níveis de riqueza relativamente elevados e elevada força institucional. Os desafios de crédito incluem o nível ainda elevado do rácio da dívida pública em comparação com a maioria dos pares com classificação semelhante, embora o rácio da dívida pública apresente uma tendência descendente sustentada”, revela a agência de rating.

Segundo a agência esta é uma classificação que reflete os “esforços das autoridades para reduzir a dívida e implementar reformas económicas estruturais”.

A agência de notação financeira norte-americana foi a última das quatro principais a pronunciar-se no primeiro semestre sobre os títulos de dívida portugueses, isto depois de ter melhorado o rating nacional em novembro passado. À altura, a avaliação passou de ‘Baa3’ para ‘A3’, ou seja, considerado um investimento de qualidade.

Foi também a terceira subida de rating português no ano passado, depois da DBRS e Fitch. A agência canadiana foi a primeira a melhorar a notação nacional, em julho, passando de ‘A (baixo)’ para ‘A’, isto antes de a Fitch ter melhorado a nota portuguesa de ‘BBB+’ para ‘A-‘ em setembro.

Já este ano, a Standard&Poor’s também optou por subir o rating nacional de ‘BBB+’ para ‘A-‘, marcando a primeira vez que as quatro principais agências financeiras dão uma nota tão elevada aos títulos portugueses desde 2011, antes da chegada da troika ao país.

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