Avanços operacionais de Magazine Luiza e Casas Bahia são ofuscados por juros altos - Investe Hoje

Avanços operacionais de Magazine Luiza e Casas Bahia são ofuscados por juros altos

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Visão Geral: O primeiro trimestre de 2024 sinalizou um período de recuperação operacional para as gigantes varejistas brasileiras Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3). Apesar dos resultados positivos e avanços alcançados, o cenário macroeconômico desafiador, marcado por juros elevados, surge como um entrave para o crescimento sustentável dessas empresas.

Sinais de Recuperação Operacional

Magazine Luiza: Analistas elogiaram a estratégia da empresa, que “está dando frutos”, com destaque para a melhoria na rentabilidade. De acordo com a XP, “A companhia divulgou um conjunto sólido de resultados, com um desempenho de receita líquida ainda moderado, mas melhorando a rentabilidade em ajustes comerciais e maior penetração de serviços.” O foco no marketplace, oferecendo uma gama variada de serviços aos lojistas parceiros, tem aumentado a lucratividade.

Casas Bahia: Embora o Grupo Casas Bahia esteja passando por uma reestruturação operacional e financeira, os analistas viram um sinal positivo no fato de que o volume bruto de vendas (GMV) registrou uma queda menor na base anual em comparação com o trimestre anterior. A XP mencionou que a rentabilidade “tem evoluído sequencialmente”, com a empresa se concentrando em uma estratégia de preços e categorias mais racional.

Desafios Macroeconômicos

Apesar dos avanços operacionais, as ações das duas varejistas registraram queda no ano, principalmente após o início do segundo trimestre. A perspectiva de que os juros no Brasil possam permanecer elevados por mais tempo tem pressionado as ações. De acordo com Alberto Serrentino, CEO da Varese, “O que está acontecendo é que tínhamos um cenário para o final do ano de juros de um dígito e já se fala em juros de dois dígitos. Obviamente que isso desacelera as expectativas e torna o cenário menos favorável para bens duráveis, porque eles dependem fundamentalmente de crédito.”

Victor Bueno, analista da Nord, explica que juros mais altos criam a expectativa de que o consumo será menor. Além disso, as varejistas, que estão em momentos de alavancagem considerável (Casas Bahia mais do que o Magazine Luiza), acabam sofrendo também do lado dos gastos financeiros.

Perspectivas e Recomendações

De acordo com dados da LSEG:

  • Magazine Luiza: Apenas uma recomendação de compra, nove neutras e uma de venda, com preço-alvo médio em R$ 2,50.
  • Grupo Casas Bahia: Cinco recomendações neutras e quatro de venda, com preço-alvo médio em R$ 8.

Os analistas não enxergam oportunidades imediatas em nenhuma das duas empresas, devido à perspectiva de juros em patamares acima de 10% e à alavancagem ainda elevada. No entanto, um cenário interno melhor, principalmente relacionado aos juros, pode impulsionar os resultados e levar a uma reavaliação dessas recomendações.

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