Até final de Junho, realiza-se o 7º censo nacional dirigido às aves desta espécie que se reproduzem em Portugal, ao mesmo tempo que se realiza o censo mundial. Em 2014, Portugal era dos países com maior população nidificante.
A realização destas contagens, que tiveram início a 15 de março e em Portugal são coordenadas pelo Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), está organizada por cinco regiões do país. Cada uma tem um coordenador, responsável pela gestão das equipas de vigilantes da natureza e de voluntários que participam no censo.
Os dados são recolhidos por concelho do país, com atenção à quantidade de ninhos ocupados e de ninhos vazios, assim como à tipologia do suporte onde aqueles são construídos.
“Os resultados obtidos permitir-nos-ão saber qual a população atual de cegonha-branca em Portugal. Para além disso, ao comparar com os resultados obtidos em censos anteriores, tentaremos perceber como é que a espécie evoluiu nestes últimos 10 anos”, explica o ICNF, numa resposta a perguntas enviadas pela Wilder.
Por outro lado, acrescenta a entidade que tutela a conservação da natureza, como se trata de um censo internacional “iremos ficar a saber qual a importância do nosso país para a conservação da espécie”.
Este censo é também fundamental, segundo o mesmo instituto, “para compreender os fenómenos populacionais e comportamentais da espécie no nosso território, tendo em vista a redução, tanto quanto possível, das situações de conflito nas áreas onde a sua presença é mais acentuada”.
Sabe-se que a cegonha-branca nidifica em 54 países da Europa, Norte de África e Ásia, prevendo-se que o censo mundial aí se realize também no mesmo período. Dentro deste grupo Portugal surge em destaque: os resultados do último censo – realizado em 2014 – mostram que registou nesse ano a quinta maior população de cegonhas, ultrapassado apenas pela Espanha, Polónia, Ucrânia e Bielorrúsia.
De acordo com os dados registados nesse 6º censo nacional, foram detetados 12.309 ninhos de cegonha, incluindo 11.691 ocupados e 618 vazios – o que se traduziu num crescimento de 53% do número de ninhos ocupados face ao censo realizado 20 anos antes, em 1994.
Censos desde os finais da década de 1950
Em Portugal, a cegonha-branca foi a primeira a ser alvo de um recenseamento da população nidificante cobrindo a quase a totalidade do território português. “Foi levado a cabo por Santos Júnior no final da década de 1950, tendo por base a realização de inquéritos. O número de ninhos recenseados foi então de 3490, número considerado por muitos como muito inferior aos que na realidade existiam, tendo em conta todos os constrangimentos que naquela época dificultavam o trabalho de campo, aliados à falta de recursos humanos”, lembra o ICNF.
Mais tarde, entre 1974 e 1977, foi organizado um novo recenseamento nacional tendo também como base a realização de inquéritos, mas com confirmação no terreno. Foram nessa altura contabilizados 1930 ninhos.
Em 1984, e tendo já contado com a colaboração de voluntários ligados a organizações não-governamentais, teve lugar um novo censo nacional, tendo então sido possível obter um nível de cobertura muito significativo, uma vez que foi prospetado todo o território nacional onde havia histórico da sua presença como nidificante ou habitat disponível para a espécie. Em resultado deste trabalho, foram recenseados e registados 1533 ninhos ocupados.
Agora é a sua vez.
Caso tenha interesse e disponibilidade em participar neste censo, de acordo com o ICNF, deverá contactar os coordenadores regionais da sua área:
- Direção Regional Conservação da Natureza e das Florestas do Norte
Carlos Pedro Santos: [email protected] - Direção Regional Conservação da Natureza e das Florestas do Centro
Isa Sofia Teixeira: [email protected] - Direção Regional Conservação da Natureza e das Florestas de Lisboa e Vale do Tejo
Luiz Silva: [email protected] - Direção Regional Conservação da Natureza e das Florestas do Alentejo
Carlos Carrapato: [email protected] - Direção Regional Conservação da Natureza e das Florestas do Algarve
Sérgio Correia: [email protected]
Poderá também contactar os coordenadores nacionais:
- Filipe Moniz: [email protected]
- Frederico Lobo: [email protected]
- Nuno Ventinhas: [email protected]