O novo presidente de Taiwan, Lai Ching-te, assumiu o cargo, na manhã dessa segunda-feira (20), em uma cerimônia no centro de Taipei. Em seu discurso de posse, Lai disse que deseja a paz com a China e pediu que o país interrompa as ameaças militares e a intimidação da ilha autogovernada, que Pequim reivindica como seu território.
“Espero que a China enfrente a realidade da existência de Taiwan, respeite as escolhas do povo de Taiwan e, de boa fé, escolha o diálogo em vez do confronto”, disse Lai, após ser empossado.
Lai prometeu "nem ceder nem provocar" Pequim e disse que buscava a paz nas relações com a China, mas enfatizou que a democracia da ilha está determinada a se defender "diante das muitas ameaças e tentativas de infiltração".
A sigla do novo presidente, o Partido Progressista Democrático, não busca a independência da China, mas defende que Taiwan já é uma nação soberana. Lai substitui Tsai Ing-wen, cujo período de oito anos no poder viu uma deterioração nas relações com Pequim.
Lai, que foi vice-presidente durante o segundo mandato de Tsai, é visto como herdeiro das políticas progressistas do antigo governo, incluindo assistência de saúde universal, apoio ao ensino superior e a grupos minoritários, incluindo a transformação de Taiwan no primeiro lugar na Ásia a reconhecer casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
O escritório chinês encarregado dos assuntos de Taiwan criticou o discurso de posse de Lai, como promovendo "a falácia do separatismo", incitando o confronto e confiando em forças estrangeiras para buscar a independência.
“Nunca toleraremos ou permitiremos qualquer forma de atividades separatistas de 'independência de Taiwan'”, disse Chen Binhua, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China.
“Não importa como a situação na ilha mude, não importa quem esteja no poder, isso não pode mudar o fato de que ambos os lados do estreito de Taiwan pertencem a uma China e não pode impedir a tendência histórica da eventual reunificação da pátria”, completou Chen.