Malomil: Carta de Bruxelas - 13.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Carta de Bruxelas - 13.

 


 

 

                                                                              Chapéus há muitos

 


Já eram bastantes. Havia o idiota desinformado, que aprecia lenços, cerveja, convívio e um protestozinho contra qualquer coisa que imagina vagamente ser o sistema. Julga-se de esquerda. Havia o engagé, que milita e milita e continuará a militar. Por isso já foi militante, hoje é activista. Sempre de esquerda, sempre de boa consciência moral, sempre atrás do progresso. E lá vai ele pela arreata da História. Na versão sonsa, emite uns sim, mas; por um lado, por outro lado; compreende as duas partes, mas dá razão sempre à mesma. Uma espécie de quod erat demonstrandum, envergonhadito -- na melhor das hipóteses. Havia o repugnante, costuma ser comunista, que toma partido assolapadamente, justifica todas as violências contra Israel e os israelitas com grande fausto de palavras e indignação -- depois janta bem e ceia melhor. Para compor o ramalhete anti-semita, faltava o maluquinho, de obediência neo-fascistóide. Agora já não falta.

 

                                                                        João Tiago Proença





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