Cícero Nobre e Ricardo Mendonça são bicampeões no Mundial de Kobe | paralimpíadas | ge

Por Fabio Grijó, Guto Rabelo e Sinclair Jr — Kobe, Japão


O Brasil se manteve no topo do quadro de medalhas do Mundial de atletismo paralímpico de Kobe. Depois de quatro títulos no primeiro dia da competição na sexta, os brasileiros conquistaram dois ouros e uma prata neste sábado. Cícero Nobre se tornou bicampeão mundial do lançamento de dardo F57 (para pessoas que competem em cadeiras), e Ricardo Mendonça também se sagrou bi nos 100m rasos T37 (para pessoas com paralisia cerebral). Rayane Soares foi vice nos 100m rasos T13 (para pessoas com baixa visão).

O Brasil agora tem o mesmo número de títulos da China, mas leva vantagem de uma prata para liderar o quadro de medalhas. No total, o Brasil tem 11 pódios: seis ouros, quatro pratas e um bronze.

Ricardo Mendonça é bicampeão mundial dos 100m rasos T37

Ricardo Mendonça é bicampeão mundial dos 100m rasos T37

Campeão mundial em 2019 e bronze em 2023, Cícero Nobre voltou ao topo do pódio com direito a recorde do campeonato: 50,18m no lançamento do dardo F57. O paraibano superou o turco Muhammet Khalvandi (49,80m) e o iraniano Amanolah Papi (49,61m).

Cícero Nobre no Mundial de atletismo paralímpico — Foto: Matthias Hangst/Getty Images

- É sempre bom bater um recorde. Ainda não caiu a ficha. Desde as Paralimpíadas essa prova é muito acirrada. Saio daqui com a medalha que me garante em Paris. Veio o ouro e a vaga. Agora é treinar e manter o foco em Paris - disse Cícero, que nasceu com má formação congénita bilateral nos pés.

Cícero Nobre é bicampeão mundial do lançamento de dardo F57

Cícero Nobre é bicampeão mundial do lançamento de dardo F57

Ricardo Mendonça dominou a final dos 100m rasos T37. Campeão de 2023, ele também bateu o recorde do campeonato ao terminar a prova em 11s30, à frente do russo Andrei Vdovin (11s54) e do indonésio Saptoyogo Purnomo (11s63). O carioca sofreu um acidente em 2014 que deixou sequelas no braço e perna direitos.

- Consegui acertar a saída, desenvolvi uma boa prova e conseguimos essa marca boa, com outro título. O Mundial do ano passado é muito especial porque foi o primeiro. Esse agora tem um outro peso, de estar no Japão novamente (após os Jogos de Tóquio) e conseguir repetir o feito. Mas a emoção vai ser sempre a mesma. Estou muito feliz. Tudo pode acontecer em Paris 2024 e eu quero mais - disse Ricardo.

Ricardo Mendonça no Mundial de atletismo paralímpico — Foto: Toru Hanai/Getty Images

A terceira medalha brasileira do dia foi conquistada por Rayane Soares. Campeã mundial dos 400m rasos T13, pela primeira vez a velocista foi ao pódio dos 100m rasos em um Mundial com a prata deste sábado. Ela completou a prova em 12s41, atrás apenas da azeri Lamiya Valiyeva, que bateu o recorde do campeonato com 11s94 - Gloria Majaga, da Botswana completou o pódio. A maranhense nasceu cega por conta de microftalmia bilateral congênita, má-formação nos globos oculares.

O Brasil tem 46 atletas e 10 atletas-guias no Mundial de Kobe. A competição se estende até o dia 25 de maio.

Brasil larga na frente no Mundial de Atletismo Paralímpico

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