Robert Fico, premiê da Eslováquia
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Robert Fico, premiê da Eslováquia

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, está internado em estado grave após ser  baleado enquanto saía de uma reunião do governo nesta quarta-feira (15). 

Robert Fico, de 59 anos, assumiu como premiê da Eslováquia em outubro do ano passado. É a terceira vez que ocupa o cargo, o que o faz ser o primeiro-ministro com mais tempo de serviço na história do país.

Polêmico, é considerado um 'anti-europeísta' de esquerda, conhecido por suas posições controversas, que muitas vezes batem de frente com sua ideologia política.

Educação e carreira política

Fico é formado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Comenius, em Bratislava, na então Checoslováquia e especializado em Direito Penal. Depois da faculdade, ele cumpriu o serviço militar obrigatório como investigador militar assistente, entre 1986 e 1987.

Sua carreira política começou no partido comunista da Eslováquia em 1986. Mais tarde, quando o regime entrou em colapso, ele fundou o partido de centro-esquerda Smer-SD em 1999.

Foi eleito como deputado pela primeira vez em 1992. De 1994 a 2000, Fico atuou como consultor jurídico no Tribunal de Direitos Humanos, como representante da Eslováquia.

Em 1999, um ano após deixar o partido comunista, fundou e se tornou líder da Direção Social Democracia (SMER), partido político que tinha a premissa de ser uma terceira via para o país.

Nessa época, Fico estabeleceu sua imagem como um político da oposição alinhado à esquerda, ao fazer diversas e frequentes críticas às reformas do governo de Mikuláš Dzurinda.

Com medo do SMER ter o mesmo destino que o partido anterior, Fico estabeleceu regras conhecidas como 'mãos limpas', que determinavam a proibição de membros ligados ao regime comunista ou a outros partidos políticos ocuparem cargos de liderança. Outra regra era que todos os diretórios do partido deveriam ser autossuficientes e presar contas das doações financeiras ao público.

Controvérsias

Fico é conhecido na Eslováquia como um líder de posições controversas em relação ao conflito russo-ucraniano e às vacinas, por exemplo.

Em janeiro deste ano, ele disse que 'não há uma guerra em Kiev', e disse que a capital da Ucrânia está 'completamente normal'. No mesmo dia, um ataque com 41 mísseis da Rússia deixou vários mortos e dezenas de feridos.

Ele também já chegou a sugerir a Ucrânia que 'cedesse' seus territórios para a Rússia a fim de por um fim na guerra, além de ter colocado em dúvida aa soberania da Ucrânia, que diz estar 'sob total influência dos Estados Unidos'. Os comentários geraram uma onda de indginação entre os habitantes e as autoridades de Kiev.

Além disso, Robert Fico também recebeu críticas por ter questionado a eficácia das vacinas contra a COVID durante o seu segundo mandato como primeiro-ministro. O país ficou por meses abaixo da cota de vacinação na Europa e teve de oferecer incentivos financeiros para os idosos se vacinarem.

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