A festa veio com emoção: Benfica sagra-se tetracampeão nacional de futebol feminino com golo aos 91' | Tribuna Expresso

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A festa veio com emoção: Benfica sagra-se tetracampeão nacional de futebol feminino com golo aos 91'

Na última jornada, as águias precisavam de bater o Racing Power, mas um golo das visitantes aos 85' quase estragou a festa. Mas, aos 91', um penálti de Carole Costa fez o 2-1 e levou ao quarto título seguido. A equipa de Patão venceu as três competições que já se disputaram na época em Portugal e ainda pode erguer a Taça

Pedro Barata

Os festejos do Benfica na Taça da Liga, um dos títulos da época das águias

Gualter Fatia/Getty

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Não houve revolução no sistema vigente no futebol feminino português. Não se fez cair o poder instalado, não se derrubaram os mais fortes, não houve uma nova era a arrancar.

2023/24: a continuidade da ditadura. Da ditadura do Benfica, campeão nacional pela quarta época seguida. Ao título de vencedoras da liga, as águias somaram a Taça da Liga e a Supertaça, podendo, a 19 de maio, selar um póquer de êxitos no plano interno na temporada. Dos últimos sete troféus que se disputaram em Portugal, o Benfica triunfou em seis, hegemonia que, no Jamor, pode passar para sete em oito.

O conjunto de Filipa Patão chegou à 22.ª e última jornada do campeonato a depender só de si. Com 53 pontos, as agora tetracampeãs tinham mais dois do que o Sporting, pelo que uma vitória na receção ao Racing Power matava as esperanças das leoas.

Contra o clube sensação da temporada em Portugal, que também será a oposição do Benfica na final da Taça, o desfecho foi de emoções fortes. Carole Costa, de penálti, fez o 1-0 aos 38', mas Lobato, aos 85', empatou. Com o Sporting a ganhar ao Damaiense, o título fugia das mãos das águias.

Só que a igualdade durou pouco. Lúcia Alves ganhou um penálti e foi uma mulher habituada a decidir nos grandes momentos a brilhar. Carole Costa, a autora do penálti mais importante da história da seleção nacional, não tremeu, e fez, de castigo máximo, o 2-1 final aos 91'.

De nada valeu ao Sporting ganhar, por 2-0, em casa do Damaiense. Fátima Dutra, em cima do descanso, e Joana Martins deram os três pontos às verde e brancas, que estiveram em primeiro durante cerca de cinco minutos.

Foi, assim, uma campanha de quase para a equipa de Mariana Cabral. Na Supertaça, o Sporting perdeu contra o Benfica nos penáltis; na Taça, perdeu por 1-0 fora e empatou 1-1 em casa; na Taça da Liga, foi batida na final por 1-0, com um golo tardio de Chandra Davidson; no campeonato, terminou dois pontos atrás das águias.

Na liga, o grande amargo de boca para o Sporting será o facto de não ter conseguido potenciar o duplo triunfo nos dois duelos diretos contra as tetracampeãs. As leões ganharam em casa (3-1) e fora (3-1) contra o Benfica, mas resultados como o empate contra o Vilaverdense, último da tabela, ou a derrota contra o Valadares Gaia, sexto, condenaram as verde e brancas.

Em 20 partidas contra equipas que não o Benfica, o Sporting ganhou 15. Em 20 encontro contra adversárias que não o Sporting, o Benfica triunfou em 18, não perdendo nenhum. Residiu aí a grande diferença na luta pelo título.

Com Kika Nazareth a terminar como melhor marcadora (17 golos), é, assim, o quarto título da história para as águias, que respondem aos triunfos do Sporting em 2016/17 e 2017/18 e do SC Braga em 2018/19. Com emoção e in extremis, mas a hegemonia vai-se ampliando.